terça-feira, 28 de outubro de 2008

Não fale em nome dos jovens de São Luís, temos as nossas próprias vozes e idéias.


O singelo e humilde texto aqui exposto é uma resposta pessoal e não de cunho partidário, ao que foi “colocado” no Jornal Pequeno (28/10/08) por um amigo e colega de profissão. Pois bem, para começar, a saudação que compõe o título não condiz com a realidade, não fale por todos os jovens de São Luís, fale por esses que compõem a sua “juventude”; juventude tucana; classe média, que vivem em sua maioria de exploração da mão-de-obra da classe operária; “jovens” que vivem a exibir seus carros do ano na Av. Litorânea, e que por algum lapso involuntário, pensam, talvez, em uma imensidão de pessoas que vivem, aqui em São Luís, abaixo da linha da pobreza. Essa “juventude” tem outro nome e outros ideais e afirmo que não é a proposta de um desenvolvimento que possa possibilitar paridade nas condições de disputa por um espaço no mercado de trabalho. E não venha dizer que o PSDB luta por uma educação de qualidade e igualitária, haja vista quantas universidades foram construídas no Governo FHC e quantas foram erguidas no Governo Lula.

“Existia um sonho incerto (...)”, que sonho era esse? Até onde sei e compreendo, até mesmo o sonho do vencedor é uma incógnita, pois como o próprio texto afirma: “existia o desejo pela volta de uma doce realidade”. Qual realidade? Ah sei! agora lembrei, Para os “jovens” que compõem o seu círculo de juventude, foi muito doce saber que o governo do coronel, do filhote da ditadura, do sarneista mal-agradecido mandou espancar estudantes de forma covarde em praça pública, jovens! esses, sim, merecedores do nobre título: “Jovens de São Luís”. Pessoas que lutaram contra um regime que amordaçava a sociedade brasileira e espalhava o pânico e intolerância pelas ruas do país. Esses mesmos “heróis” que lutaram contra o então governador do Maranhão, hoje, prefeito eleito de São Luís. Esse filhote da ditadura que diz aos quatro ventos que construiu e deu casas ao “povo”, mas a verdade é que todas as casas foram construídas com verba federal, dinheiro extraído do bolso dos meus e dos seus pais. Castelo fala que deu casas, mas as pessoas que lá habitam até hoje pagam pelo lugar onde moram, agora, cabe a elas julgarem se são gratas a ele ou não.

Falar em honra é andar de forma perigosa sobre a linha tênue da contradição. Porque esse adjetivo é explicitado apenas a quem faz parte da “juventude tucana”? E por que a juventude que apoiou, caminhou e cantou em coro as músicas de Flávio Dino, compraram as suas ideologias em supermercados? Essa questão me faz lembrar do que já dizia Cazuza: “ideologia, eu quero uma pra viver”. É engraçado ver como as pessoas conseguem viver igual a camaleões, vestindo a camisa do castelismo, mas com profundas convicções roseanistas, convicções essas, declaradas pelo nobre colega em conversas travadas em tempos passados. Isso sim é se travestir de uma ideologia que só é boa, até quando traz certo ganho pessoal (e não estou aqui falando de ganhos materiais, que fique bem claro!).

Será mesmo que os jovens terão vez e voz no governo de Castelo? Existem dúvidas, pois o episódio da Greve da Meia-passagem mostra que o coronel Castelo não é aberto a discussões. Aquele acontecimento mostrou como o futuro prefeito de São Luís costuma agir com aqueles que ousam bater de frente com as suas vontades. Não é preciso esperar que João Castelo assuma a prefeitura de São Luís, para sabermos o verdadeiro modo de governar, basta resgatar na memória a guerra entre policiais civis e militares nas ruas de São Paulo, embate esse, incentivado e determinado pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB). E FHC, quando esse senhor foi presidente do Brasil, chamou os meus e os seus avós de vagabundos, vendeu a Companhia Vale do Rio Doce, privatizou a telefonia do país e fez da economia brasileira uma grande refém do FMI, essa necessidade e vigilância do Fundo só foram afastadas com a competência e trabalho do governo Lula. Governo que era tão combatido pelo PSDB, mas que repentinamente se tornou adocicado nos lábios do psdebista Castelo. Ora! Que ironia do destino, logo João Castelo, que em discurso se referiu ao nosso presidente da seguinte forma: “Lula parece um peru bêbado em véspera de natal”. E em campanha usou o slogan: “sou Lula, voto em Castelo”. Não sei se é para rir ou chorar, o que posso afirmar é que isso me deixa extremamente indignado.


“Temporada de caça aos pelegos (...)”. Essa realmente é uma comédia. Acusam os que apoiaram Flávio Dino de pelegos, mas esquecem que a campanha do Sr. Castelo estava entulhada de “lixos” dessa extirpe. Pessoas que a “juventude tucana” conhece bem. A prática que caracteriza um ser de pelego, com certeza não condiz com as ideologias que pessoas com idéias novas buscam, diferentemente do que acontece no habitat tucano. Com relação aos adjetivos expostos no fim do texto, pode-se entender e compreender quando se trata de um ato subido de bajulação e execrável puxação de saco, mas como o texto mesmo deixa explícito, é um agradecimento a esse “líder capacitado”, “administrador competente”, “homem de família” e “político vitorioso”. O resto! cabe ao povo adjetivar.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Email que recebi de uma amiga, Alessandra Santos, e estou tomando a liberdade de colocar no meu blog. "Só para Sacanear quem ainda pensa que Castelo irá transformar São Luís em uma cidade melhor".


Companheiros (as),
Quero compartilhar o sentimento após o resultado das eleições de São Luís, com o texto abaixo gravado por Ana Carolina.
Participei da apuração lá no Aprovação... E quando Flávio chegou... e quando Flávio falou...e quando Flávio chorou... e quando a militância entoou... “Eu sou Flávio Dino, com muito orgulho... com muito amor...”, nos fortaleceu, nos encantou, nos apaixonamos e nos sentimos vencedores... porque ele é um grande vencedor, ele é o cara! Saímos fortalecidos. Com as palavras que ouvi de Flávio Dino, meu sentimento é este...

'... Mais honesta ainda eu vou ficar! Só de sacanagem! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!'

Só de sacanagem (texto)

Ana Carolina e Seu Jorge

Bom, e aí, resolvi fazer umas coisas que não tinha conseguido fazer antes e queria... Fiquei com vontade de encontrar umas pessoas que eu não tinha encontrado ainda. O primeiro nome forte que me veio foi Tom Zé, esse gênio maravilhoso, e, quando eu encontrei com ele,eu encontrei carinho, abrigo e uma pessoa mais incrível ainda que teve uma grande sacada nessa nossa primeira parceria chamada Unimultiplicidade, onde cada homem é sozinho a casa da humanidade. Valeu Tom!

E antes de fazer essa canção, eu queria ler um textinho aqui da Elisa Lucinda, chama-se Só de Sacanagem:
Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta a prova?Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro. Do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta a prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração tá no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e todos os justos que os precederam. 'Não roubarás!', 'Devolva o lápis do coleguinha', 'Esse apontador não é seu, minha filha'. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar! Até habeas corpus preventiva, coisa da qual nunca tinha visto falar, sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará! Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear! Mais honesta ainda eu vou ficar! Só de sacanagem!
Dirão: 'Deixe de ser boba! Desde Cabral que aqui todo mundo rouba!
E eu vou dizer: 'Não importa! Será esse o meu carnaval! Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos.'
Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambal.
Dirão: 'É inútil! Todo mundo aqui é corrupto desde o primeiro homem que veio de Portugal!'
E eu direi: 'Não admito! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!'
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final!

Com a certeza de que somos o que queremos ser, e que partilharemos sim, junto com Flávio o FUTURO (como ele próprio nos convidou),

Alessandra Santos

Início de um retrocesso

Uma nova fase está se iniciando hoje nesse espaço. Com a “vitória” do Sr. João Castelo nas eleições 2008, esse blogueiro vai intensificar críticas a um governo que nasce fadado ao fracasso; ao endividamento crescente da cidade; a uma fase de intensos atos de truculência e de arbitrariedade. Tudo isso já é sabido de uma boa parte da população, até mesmo quem foi vítima desse filhote de um dos piores períodos da nossa história atual, vendeu-se de forma covarde e insana a um projeto político assistencialista execrável e mentiroso que não condiz mais com a política atual. Essa atitude mostra que o povo ainda tem medo da mudança, e que optou pelo atraso e pelo subdesenvolvimento criminoso e ridículo que o “tucano” Castelo vai proporcionar a São Luis.

Em sua campanha, Castelo sempre fez questão de lembrar que o povo de São Luís é miserável, quando afirmava essa política ridícula de um assistencialismo cínico que era exposto por um sorriso de deboche e desprezo do Sr. Castelo toda vez em que o mesmo falava do “Programa Bom Preço”, do fardamento escolar e do hospital de urgência que ele jurou que irá fazer. Castelo afirmava que tinha dado casas ao povo quando construiu a Cidade Operária e o Maiobão, mas o Sr. Castelo sabe que ele não deu casa a ninguém, as casas dos conjuntos em questão foram e continuam sendo pagas por todos os que nelas moram. Todas as verbas para essas construções foram federais e vieram do FGTS, PIS e do FAT. Portanto, Castelo se escondeu atrás de uma mentira que ele criou e que Duda Mendonça se encarregou de transformar em verdade. Dois caráter duvidosos se uniram para enganar uma cidade que se orgulhava de ser chamada de “Ilha Rebelde”. Que rebeldia tem São Luis hoje? O que se pode esperar de um governo que já mostrou anos atrás que é intransigente e violento? Na semana retrasada tivemos a (in)felicidade de ver como é o modo PSDB de governar, quando o Governador de São Paulo, José Serra mandou a polícia militar enfrentar os seus irmão da polícia civil. Nem isso foi capaz de fazer com que o povo de São Luís acordasse para o eminente atraso que seria levado ao governo pelo voto espontâneo da população.

O povo escolheu o seu governante, e aqui cabe a máxima de que cada povo é merecedor do governante que tem. A cidade acordou de ressaca, moral e festiva. Moral, pelo fato de os próprios correligionários do Sr. Castelo saberem que ele significa atraso, ignorância e arrogância. Posso afirma isso, por que já tive oportunidade de participar de reuniões no PSDB, e foi com uma péssima impressão desse coronel travestido de bom homem e pai de família correto, que a mascara de desenvolvimento e socialismo se desfez no discurso daqueles que pretendiam me lavar para esse rio de piranhas. Pois bem, quem assistiu a entrevista de Duda Mendonça ontem para a Rede Tv, pode confirma que o Sr. Duda Mendonça é uma cópia fiel daquele personagem (Castelo) que ele ajudou a construir. Com a arrogância peculiar de quem conviveu com o Sr. Castelo ele confirmou que ganha qualquer eleição tendo uma “boa quantia” de recursos, quem o diga o Sr. Castelo que desembolsou cerca de R$ 5 milhões. Mas, de onde saiu esse dinheiro? E ressaca festiva, por que só a direita, os que vivem com conforto comemoraram a vitória, aos pobres, miseráveis e infelizes fica a “esperança” de poder ter à mesa uma refeição de péssima qualidade, porém gratuita.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Na Ilha:

Hoje: Elza Soares faz show no Ceprama, às 21h. Beba-me, o show, terá a participação especial do maranhense Antonio Vieira, de cujo disco O samba é bom, ao vivo, produzido por Zeca Baleiro, a cantora participou, reverenciada por mestre Vieira como "uma das maiores cantoras do mundo". Ingresso: R$ 25,00.


Amanhã: Mestre Antonio Vieira é o convidado de seu grupo Urubu Malandro (Antonio Vieira: percussão; Arlindo Carvalho: percussão; Domingos Santos: violão sete cordas; João Neto: flauta; Juca do Cavaco; Osmar do Trombone) no projeto Clube do Choro Recebe, que completa 54 edições. A música ao vivo começa a rolar às 19h, no Restaurante Chico Canhoto (Residencial São Domingos, Cohama). Couvert artístico: R$ 5,00.

Amanhã também: Deu Pantin no Olho de Boi. Show com Herberth Luiz (que está finalizando Pantin, coletânea de músicas de sucesso em festivais) e Gildomar Marinho (que está finalizando Olho de Boi, selecionado no programa Cultura da Gente, do BNB). Participação especial de Jr. Schubert (violino). No Cantinho de Nanã (Av. Litorânea, Calhau), às 21h. Couvert artístico: R$ 3,00.

Domingo: o Choro Pungado (João Neto: flauta; Robertinho Chinês: bandolim e cavaquinho; Luiz Cláudio: percussão; Rui Mário: sanfona; Luiz Jr.: violões de seis e sete cordas e viola) faz show dentro da Mostra SESC Guajajara de Artes. Na Praça Nauro Machado (Praia Grande), de graça, às 20h.

Colaboração de Zema Ribeiro

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

ELA PARADA NA FRENTE DELE...

....era a imagem mais linda dentre todos aqueles vários cenários que se apresentavam naquele momento. Um olhar! Apenas uma troca de olhar fez com que o coração dele batesse mais forte e algo inexplicável tomasse conta de todo o seu corpo. Aquele momento parecia ter sido desenhado pelas mãos mais talentosas de todos os tempos. E era um instante tão poético, que sem que percebesse a sua memória estava perpetuando aquela extraordinária imagem. Uma linda sinfonia tomou conta de todo o espaço quando lindas melodias saíram daqueles lábios divinos. De tão perfeitos que eram, ele começava a ter a certeza que o ali continha escondido no mais inexplorado dos lugares o néctar digno dos deuses. Eram tantas sensações ao mesmo tempo que o seu corpo permanecia imóvel e todo o mundo ao redor não fazia mais nenhuma importância, pois o sonho de uma vida estava em sua frente. Conseguiu mesmo tropeçando nas palavras trocar algumas frases com aquela deusa. Mas, a vida mais umas vez exerceu o seu dilema sepulcral e, fez-se a máxima da realidade humana: A seleção natural...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

SEMANA CHE

Em comemoração aos 80 anos de nascimento de Ernesto Guevara de La Serna, o Che, vários países da América Latina, inclusive o Brasil, resolveram realizar a SEMANA CHE. O evento está sendo realizado em São Luís e está reunindo exposições; debates em escolas públicas; cursos; projeção de filmes e documentários, lançamentos de livros e um show musical de solidariedade a Cuba.
Ontem à noite aconteceu o lançamento do livro: Ernesto Guevara, também conhecido como “Che”, do autor Paco Ignácio Taibo II. Editora Expressão Popular. Após o lançamento do livro aconteceu show com César Teixeira e Célia Sampaio.

Confira a programação até o final da semana:

09 a 17 de outubro às 18h – Cine Praia Grande (entrada franca).
• Projeção de filmes e documentários sobre Che e as lutas dos países latino-americanos.

13 a 17 de outubro – Debates em escolas públicas.
• Colégio Liceu Maranhense (13/10)
• Centro Integrado do Rio Anil (14/120)
• Colégio Universitário (16/10)
• CEM Cidade Operária II (17/10)

17 de outubro – Feira do Livro (Praça Maria Aragão)
• 21h – “Show de Solidariedade à Cuba” com artistas da terra.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

ALGUMAS CRÔNICAS E POEMAS...


Agora foi oficializado que o brasileiro estar mais interessado com a própria aparência do que com o que come. Essa indústria da beleza está massificando essa tendência, que encontra legitimação em inúmeras campanhas que estão travestidas de um ideal bárbaro de beleza. Aos que aderem a essa nova moda, desejo-lhes muita sorte, pois irão precisar, já os que como esse blogueiro que vos escreve, sempre anda à margem de tal processo, o melhor mesmo é assistir a toda essa comédia pastelona de camarote.

SOBRE SEXO

Já ouvir muitas pessoas falarem que em mesa de bar só sai coisa que não presta. Por ser um freqüentador assíduo desse tipo de local, posso advogar em seu favor. As pessoas vivem travestidas de conceitos pré-estabelecidos e acabam falando de algo que não conhecem. Então, resolvi contar algumas conversas que tiveram como cenário um bar.
Semana passada estava tomando um chopp no bar ao lado da Faculdade. Faziam-me companhia dois amigos meus. Depois de alguns goles a mais de cerveja começamos a conversar sobre assuntos variados. Em um determinado momento a conversa passou para o campo do sexo. O que em princípio era só putaria, passou para uma discussão mais seria. Em alguns instantes nos encontramos envolvidos em uma questão antiga. A muito se fala de como homens e mulheres vêem o sexo propriamente dito. Éramos dois homens e uma mulher, mas apesar de sermos a maioria, não estávamos ali para ver quem era melhor e quem não era. Foi então que levantei uma questão:
- Por que o homem faz sexo e a mulher amor?
- Não, a coisa é diferente, as preliminares são mais importantes para a mulher do que a penetração propriamente dita (respondeu a minha amiga).
- Rapaz, eu prefiro ficar a noite todinha com a mulher só no estimulo sexual, sem penetração- Dito isso meu amigo tomou mais um gole e continuou- já passei noites com mulheres só fazendo isso, ambos nos masturbando um ao outro. Confesso a vocês que foi muito bom.
- Em relação ao que ela falou, vou dizer o que eu acho. A mulher faz sexo com a cabeça e o homem não, o homem é mais instintivo, o homem é mais o órgão sexual mesmo. A mulher começa a fazer sexo durante a sedução. No momento do primeiro beijo, em frases carinhosas, em carinhos, enfim, é quando a mulher se prepara para fazer amor. A mulher quer se sentir única na hora do sexo, daí o por que dela fazer amor e homem sexo.
- Você tem razão, esperamos ser únicas a todo tempo, mas principalmente na hora da intimidade, quando podemos fazer parte do mesmo corpo durante alguns minutos...
- É verdade! Desmentindo a Física, que fala que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço.
- Essa conversa ainda proporciona muita história, pena que já é tarde e temos que ir.
Pagamos a conta e fomos para casa, passei uma boa parte da noite pensando naquilo. Discutimos sobre um assunto que é complexo, nos demos o direito de invadir dois mundos diferentes, mas que se completam. Em mesa de bar rola mesmo de um tudo, até uma conversa sobre o universo que são duas galáxias diferentes.

BRIGAS...

Brigas, alguns dizem que sem elas o amor perde a graça. E essa teoria é sustentada por uma “simples” explicação: depois de uma briga o casal faz amor como se fosse a primeira vez, tamanho é o carinho com que ambos tocam seus corpos. Concordo com essa teoria: nada melhor do que uma boa noite de amor depois de uma fervorosa briga de casal.

Agora nada me deixa mais sentido do que o choro feminino. Quando, no auge da discussão, a mulher começa a soluçar e derramar lágrimas que parecem infinitas. Confesso que perco o chão quando isso acontece e esqueço até o motivo da discórdia. Passo então a fazer mimos e a tentar secar aquele rio de lágrimas que escorrem pelo rosto sempre belo de uma mulher.

Felizes das mulheres que choram no meio de uma discussão caseira, por que as que usam dessa arma sabem que dominam o homem. E como é bom ser dominado por uma mulher.


AMAR É...

João é um amigo que ama de forma incondícional uma mulher que passou na sua vida. Passo horas conversando com ele e sempre o nome dela aparece envolto em alguma cena. Semana passada estávamos ouvindo “Coração Vagabundo” de Caetano Veloso, que estava sendo interpretada por Gal. Olhei para meu amigo e observei seus olhos brilhantes e cheios de lágrimas, falei então – Chora João, quem ama tem que expor seus sentimentos – Ele virou na direção contrária a mim, e falou entre soluços – quem ama é doente! – Fiquei ali parado sem palavras, sem chão e sem saber o que pensar.
Passei toda a semana pensando naquilo que ouvi da boca de João, às vezes me pego pensando na hipótese dele ter falado aquilo sem pensar. Será? É, acho que ele sabia muito bem o que queria falar. Por que o amor é doença? Talvez essa seja a visão de muitas pessoas, mas outras vêem o amor como sendo um remédio para a solidão, que para muitos é um mal mortal.
Sei que me pego pensando horas nessa frase e cada vez formo uma opinião, mas quando por vez penso novamente na bendita frase, percebo que estava errado e outra vez fico sem rumo procurando explicações para o inexplicável. A verdade é que amar não é doença. Ser doente é ser dependente de outra pessoa, é ser egoísta com os sentimentos, é querer a pessoa amada só para si, é nunca imaginar-se sem o amante do lado, é impor a sua presença na vida de quem se ama, é sentenciar a pessoa amada ao seu convívio até a morte, é ter na pessoa amada a figura de uma pessoa pura, é querer que o amante seja a pessoa mais perfeita na terra. Isso é doença. Amar se restringe a uma única palavra – LIBERDADE!


CANÇÃO DOS BÊBADOS EXILADOS

Minha terra tem cachaça,
Que domingo bebo no bar;
Os bêbados daqui,
Não são iguais aos de lá.

Nossos bares têm mais licores,
Nossas bebidas têm mais sabores,
Nas serestas dessa vida,
O boêmio encontra amores.

Em beber, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem cachaça,
Que domingo bebo no bar.

Minha terra tem licores,
Que tais não encontro eu cá;
Em beber - sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem cachaça,
Que domingo bebo no bar.

Não permita deus que de cirrose eu morra,
Sem que eu volte a beber lá;
Sem que desfrute dos calores
Das meretrizes que não encontro por cá;
Sem qui’nda aviste as cachaças,
Que domingo bebo no bar.


TODOS OS BÊBADOS SÃO RIDÍCULOS

Todos os bêbados são
Ridículos,
Não seriam bêbados se não fossem
Ridículos.

Também fui em meu tempo um bêbado,
Como os outros,
Ridículo.

Os bêbados, se há cachaça,
Têm de ser
Ridículos.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca beberam
Na vida
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo beber como bebia
Sem dar por isso
Como um bêbado
Ridículo.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas farras
É que são ridículas

(Todas as cachaças esdrúxulas,
como os sentimentos esdrúxulos,
são naturalmente
ridículos).

MELHORES MOMENTOS DE XICO SÁ

A ARTE DA CANTADA PERMANENTE

A cantada, amigos, é como a revolução de Mao Tse-Tung, tem que ser permanente.
Existem mulheres que a gente canta no jardim da infância para dar o primeiro beijo lá pelos treze, quatorze.
Mas é necessário que a cante sempre, não aquela cantada localizada, neoliberal e objetiva, falo do flerte, do mimo, do regador que faz florescer, como numa canção brega, todos os adjetivos desse mundo.
A cantada de resultado, aquela imediata, é uma chatice, insuportável, se eu fosse mulher reagiria com um tapa de novela mexicana, daqueles que fazem plaft!
A boa cantada é a cantada permanente.
E mais importante ainda depois que rolam as coisas, depois que acontece, aí a cantada vira devoção, oração dos pobres moços a todas elas.
Porque cantar só para uma noitada de sexo é uma pobreza dos diabos, qualquer um animal o faz.
Porque cantar, à vera, é cantar todas e não cantar nenhuma ao mesmo tempo.
Explico: é espalhar pacientemente a devoção a todas as mulheres como quem espalha sementes nos campos de lírios.
Mesmo que elas digam, com aquele riso litografado na covinha do sorriso, que você diz isso para todas.
E claro que para cada uma dizemos uma loa, fazemos uma graça, não repetimos o texto, o lirismo, o floreado.
Porque amamos mesmo as mulheres.
Cantemos indiscriminadamente, e que me perdoe o velho e bom Vinícius de Moraes, mas cantemos sobretudo as ditas feias, esse conceito cruel e abstrato de beleza. Elas merecem, até porque as feias não existem, nunca conheci nenhuma até hoje.
Não por sermos generosos, piedade, ou algo do gênero... É que a dita feia, quando bem cantada, vira a superfêmea, para lembrar a bela pornochanchada com a Vera Fischer.
A cantada permanente e indiscriminada é irresistível, quando você menos espera, acontece o que você tanto sonhava.
Sim, tem que ter o cuidado para não ser simplesmente um chato que baba diante do melhor dos espetáculos, a existência das mulheres.
Ter que cantar sempre a mesma mulher e parecer que está apenas de passagem, que o estribilho é sempre novo, nada de larararás que mais parecem refrões do Sullivan e do Massadas, lembram dessa dupla de músicas chicletosas?
Ah, digamos que você cantou a Sônia Braga ainda naqueles tempos em que Gabriela subiu com aquele vestidinho no telhado –a cena mais quente da teledramaturgia brasileira até hoje- e e continuou cantando, sempre, sutil e sempre, e agora ela, passados tantos calendários, se comove e resolve recompensá-lo! Vai ser lindo do mesmo jeito, não acha? Na tela do nosso cocoruto vai passar o videotape de todos os desejos antigos e despejados no ralo pela morena cravo & canela.


CRÔNICA DA MULHER QUE BEBE E TIRA A ROUPA

Quem não tem na família ou no grupo de amigos uma mulher que bebe e tira a roupa atire o primeiro sutiã neste cronista.
É um clássico.
É uma das cenas mais lindas e chapantes da admirável e nada bucólica paisagem humana.
Porque não é nada simples, amigos.
Não é safadeza propriamente dita, não é aparecimento, não é um ato contra a moral e os bons costumes.
É o grau zero e máximo da beleza, meu caro Jommard Muniz de Brito.
Está mais para o sagrado, mas isso também é pouco, não explica direito.
É bonito, pronto, nada decifra, me devore como uma loba em pele de gata em teto de zinco quente.
É como se batesse um miserável calorzão da existência a pedisse o mais natural dos gestos de uma fêmea.
É como uma índia a caminho do afluente amazônico mais próximo.
Como Iracema a se banhar na gruta de Ubajara para refrescar-se e pensar um pouquinho na vida. Pense na falta de preocupação naquele tempo! Nem pensava que no futuro ia dar tanta dor de cabeça aos jovens nas questões vestibulandas alencarinas. “Me erra, não me interpreta”, cismaria a bela índia.
É agora, uma mulher que bebeu mais uma dose vai tirar a roupa. Porque a gente pressente, a terra gira mais avexada, o olho prescreve o belo episódio, blow up, depois daquele strip. Momento sublime movido a fome de viver e álcool.
E quando sobe na mesa é mais lindo ainda.
E a cara do marido tentando apagar aquele incêndio iluminado?
Um Deus nos acuda.
Quando a mulher tem filhos, só se ouve o sussurro do menino agoniado do juízo, no meio do burburinho, da confusão, do banzé: “Mãe é doida mesmo!”
Porque ver a mãe pelada no meio da festa dura para o resto da vida. Não tem divã nem macumba que curem mais o juízo. Mais mil anos de análise, como diz meu amigo Adão Iturrusgarai, agora habitante dos Buenos Aires.
Para quem não é filho ou marido é quase invisível, de tão sagrado, o corpo de uma mulher que tira a roupa na frente do mundo todo e de todo mundo.
E normalmente a mulher que tira a roupa é uma pudica, veste-se mais comportada do que Maria Antonieta.
É um longo e demorado strip-tease. Se brincar ainda usa combinações, anáguas,
Só sei que é lindo demais o tresloucado gesto. Tenho uma amiga que é duas cachaças, com umbu ou caju de tira-gosto, e uma peça de roupa que avoa longe lá no bar do Sargento do Pátio de São Pedro.
Os cafuçus ficam só na botica, na espreita, na tocaia grande, pense, meu caro Rodin, pense!
Melhor ainda é a mulher que tira a roupa cantando uma música cafona, como as lobas, deusas e ninfetas do livro de Thiago de Góes. “Esta noite, eu vou fazer de conta que sou livre. Eu vou viver a vida que ele vive, e depois eu posso até morrer”, canta a desalmada, um clássico de Diana, a mitológica.
Como é lindo uma mulher que bebe e tira a roupa em público, noves fora qualquer moralismo, como é lindo, e priu, e pronto!