quinta-feira, 30 de abril de 2009

Entre o avanço e o retrocesso

Por Alberto Dines em 30/4/2009


Não é apenas o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) que está empenhado em extinguir o que sobrou da Lei de Imprensa. Também o patronato jornalístico andou seriamente envolvido com a mesma causa, evidentemente por razões diferentes. Mas, no intervalo de 30 dias entre as duas votações no Supremo Tribunal Federal, ficou evidente que os jornalões arrefeceram o seu entusiasmo.

Pesou a opinião de juristas importantes como Miguel Reale Jr. e Manuel Alceu Afonso Ferreira, que mostraram o perigo de sepultar os 55 artigos que restaram do estatuto original da famigerada Lei de Imprensa sem se dispor de um instrumento legal substituto.

Assim, todas as questões terão que ser resolvidas com base no Código Penal – que jamais foi xingado de "entulho autoritário", porém ostenta em seu DNA as marcas inconfundíveis do Estado Novo, criado que foi em dezembro de 1940 pelo reacionaríssimo ministro da Justiça de então, Francisco Campos.

Soluções injustas

A votação marcada para quinta-feira (30/4) no STF não mereceu da grande imprensa qualquer destaque. Nos últimos dias Miro Teixeira ficou sozinho porque as empresas jornalísticas estavam mais incomodadas com a existência de uma lei especifica para a imprensa do que com o estabelecimento de uma estrutura legal genuinamente democrática.

Resultado: caso a Lei de Imprensa seja totalmente extinta, aposentada, no lugar de avanço poderemos ser levados ao retrocesso.

Fascinados por símbolos politicamente corretos muitas vezes somos levados a adotar soluções moralmente injustas.

Dia do Trabalhador

Em tempos de crise mundial, recessão econômica, demissão em grande escala e incertezas econômicas, faz-se necessário comemorarmos de uma forma bastante reflexiva o Dia do Trabalhador. Nessa atual conjuntura mundial é cada vez mais inexorável a união dos trabalhadores, já que mobilizados em busca de um foco central a “balança” das batalhas trabalhistas entre empregador e empregado tende a ficar mais isonômica.

A crise que abateu-se no maior centro financeiro do mundo, foi ganhando ramificações em outros países, como um efeito dominó, e tanto aqui no Brasil como em quase todos os países do globo, ela já foi responsável pela queima de trilhões de dólares que serviram para cobrir o rombo das multinacionais, entretanto o índice de desemprego continua se alastrando, podendo chegar a incríveis 50 milhões de trabalhadores demitidos em todo o planeta.

Reafirmar as bandeiras de luta da classe trabalhadora é algo imprescindível neste dia, pois a nós cabe a defesa de investimentos no setor público e privado, para que dessa forma possamos oferecer um serviço com maior eficiência e satisfação à população.

É importante salientar que a luta por melhores remunerações, espaços dignos de trabalho; investimentos no setor público e privado; e mais concursos para aumentar o quadro no serviço público em qualquer esfera é uma batalha constante que devemos travar todos os dias. Muito foi falado durante muitos anos sobre o “inchaço” no setor público, mas o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acabou com esse mito. É factual que os meios de comunicação ajudaram a solidificar esse engodo, e acabaram imbuindo na opinião pública a falácia do “inchaço”.

Muitas “verdades incontestáveis” perduram durante muito tempo no cenário político-social do Brasil. Esses “dogmas” foram criados e mantidos devido à instabilidade política do país, que durante muito tempo esteve entregue nas mãos das elites brasileiras. O governo Lula veio para romper com esse paradigma e colocar abaixo o que outrora era dado como irrefutável, mostrando à sociedade que um país com dimensões continentais não poderia passar despercebido aos olhos do globo, e tinha condições suficientes para dar o mínimo de dignidade ao seu povo.

Apesar de todas as ameaças impostas pela crise econômica, o trabalhador brasileiro tem muito que comemorar. O atual governo tem mantido uma linha de negociação coerente, apesar de algumas falhas perceptíveis, que fazem parte da vida política de qualquer país, seja ele desenvolvido, em desenvolvimento ou subdesenvolvido.

Assim, parabenizamos todos os trabalhadores brasileiros pelo Dia do Trabalhador, lembrando que a luta em prol da salvaguarda dos direitos da sociedade é uma constante dentro dos movimentos sociais. É de suma importância reafirmar que a mobilização e a união de todos é condição sine qua non para a imprescindível vitória da classe trabalhadora.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Tambor de Crioula - 1979



O cineasta maranhense Murilo Santos faz o lançamento amanha do DVD “Tambor de Crioula – 1979”, no Cine Praia Grande, Centro de Criatividade Odylo Costa, Filho, às 19h, na Praia Grande. O Evento é dá início aos projetos de salvaguarda relacionados ao tambor de crioula, após o seu registro como Patrimônio Cultural Brasileiro.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Gripe Suína pode ter vitimado mais de 149 pessoas em todo o mundo


O México vive um dos seus piores pesadelos depois dos terremotos de 1986. Desta vez não é possível culpar a natureza por conta de vidas estarem se ceifando no país. Não faz muito tempo o mundo estava apavorado com uma possível pandemia por conta da Gripe Aviaria, que assolava a Ásia e alguns países da Europa. A luta contra a Gripe Aviaria foi constante e dura, pois uma proliferação mundial da doença poderia levar a óbito milhares de pessoas e a ciência ainda hoje não encontrou uma vacina para combater a doença. Entretanto, as autoridades da Organização Mundial de Saúde (OMS) mantêm uma rígida atenção para que a doença continue sob controle.

O governo do México anunciou nesta semana que provavelmente 149 pessoas já morreram vítimas do vírus H1N1, causador da Gripe Suína. Entretanto, apenas 22 casos foram confirmados na Cidade do México. As autoridades mundiais de saúde estão cada vez mais engajadas na luta contra a doença, pois outros países já diagnosticaram a doença. A Espanha confirmou nesta segunda-feira um caso de gripe suína em um cidadão que havia viajado para o México recentemente. Segundo a ministra da Saúde da Espanha, Trinidad Jiménez, o caso foi detectado em um jovem da localidade de Almansa, que após voltar do México em 22 de abril, apresentou problemas respiratórios e febre.

O governo Americano declarou nesta semana estado de emergência pública, depois que 20casos da Gripe Suína foram confirmados em cinco Estados do país. Outros países também registraram suspeitas de cidadãos contaminados com o vírus, como: Canadá, Nova Zelândia, França, Reino Unido e Israel. Esses números trazem novamente o medo de uma pandemia, já que o número de países que já registraram a possibilidade de suspeitas de contaminação do vírus estão aumentando cada vez mais.

O que é a Gripe Suína?

A gripe suína ou gripe porcina é uma doença causada por uma variante do vírus H1N1. O vírus pode ser transmitido através de contato com animais e objetos contaminados. Uma nova variante do vírus pode ser transmitida entre humanos e é considerada epidêmica no México. O governo mexicano anunciou 149 mortes confirmadas causadas pelo H1N1 e 1600 casos suspeitos o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar que a doença é uma "emergência na saúde pública internacional", e tem grandes chances de se tornar uma pandemia.

Brasil

O governo do Brasil anunciou que até o momento não há evidências de contaminação pelo vírus da Gripe Suína (H1N1), no país. Entretanto o Ministério da Saúde está acompanhando o estado de saúde de 11 viajantes procedentes de áreas afetadas que apresentaram alguns sintomas clínicos. os casos estão nos Estados de: Minas Gerais (3), Rio de Janeiro (2), Amazonas (2), Rio Grande do Norte (2); São Paulo (1) e Pará (1). O governo afirma que nenhuma dessas pessoas até o momento preenchem a definição de caso suspeito conforme os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Qualquer informação sobre a Gripe Suína pode ser adquirido pelo Disque Saúde (0800 61 1997). Outras informações também podem ser adquiridas na página especial sobre influenza suína no portal do Ministério da Saúde – www.saude.gov.bv

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Conto Inacabado

Entender o amor é uma atividade tão complexa, que requer tempo disponível e muitas noites em claro. No final de um caminho tão agonizante e cheio de incertezas, vem a real percepção de que por mais que uma resposta seja esperada, o que se pode observar é que não há nada a dizer, nem a compreender. Muitas estradas são percorridas, muitas portas são abertas, outras fechadas e nas entrelinhas de um contexto tão enigmático, a melhor opção é a de deixar a vida seguir seu próprio rumo.

Esses pensamentos incertos martelavam incessantemente a cabeça de Joseph, que passava horas tentando achar respostas para algo que a mente humana não pode compreender. Ele tinha uma vida normal, em certos pontos monótona e cheia de altos e baixos. Era um profissional respeitado e amante das artes. Tinha uma profissão que era a única coisa que lhe tirava a monotonia, e procurava na poesia as fugas inexoráveis de uma realidade maquiada criada para dar sustentação a uma felicidade muito distante da apresentada.

Fez da introspecção uma arma para observar as situações, assim ficou mais protegido das intempéries da vida. Tinha muitos colegas, amigos, bem poucos. Trabalhava em um lugar onde se sentia à vontade e podia colocar em prática um projeto de trabalho que sonhava nos tempos de faculdade. Em lugar onde uma gama considerável de bons fluídos emanava de forma espontânea uma suavidade mágica, não seria estranho o aparecimento de um grande amor.

Joseph chegou um dia ao seu local de trabalho e percebeu uma imagem divina que há tempos não reluzia em seus olhos. Era uma mulher linda, supostamente desenhada por mãos divinas e com curvas delicadamente maliciosas, que faziam com que algo fora do comum acontece dentro dele. Ele parecia hipnotizado com tanta beleza, uma beleza, assim, simples, harmônica e espontânea. Dela exalava uma essência inexistente nesse mundo, um perfume que entrou no corpo dele e procurou o coração para se refugiar.

Longos tempos de admiração e algumas poucas palavras que se resumiam – Boa tarde! – era o que ainda conseguia dizer quando encontrava com aquela que permeava seus sonhos mais poéticos. A vida obedecendo ao seu ritual surreal, pôs de forma mágica uma interseção em seus caminhos. Assim, os dois puderam se conhecer de forma mais intensa e a admiração de Joseph foi aumentando de uma forma sublime.

A cada encontro ele procurava ver nos olhos dela respostas para perguntas que ele fantasiava, mas que faziam bem ao seu coração indeciso. Os seus pensamentos eram torturados diariamente com a incerteza de algo parecido no coração dela. Emanuele! Esse era o nome da deusa dos sonhos de Joseph. Ele a admirava tanto que não conseguia esconder nem mesmo dela, mas ainda assim, sentia-se incapaz de ler nas entrelinhas.

Joseph já havia seduzido algumas mulheres na vida. Entretanto, seduzir é uma coisa egoísta, pois só satisfaz a quem consegue êxito, é algo que é feito para preencher o ego do sedutor, mas traz uma grande incerteza ao seduzido. Não! O que ele queria trazer era a certeza de um amor puro, sincero, devoto e construtivo. Não queria seduzir, queria conquistar, assim, conquistando aquele enorme coração, poderia não só fazer-se feliz, mas proporcioná-la também a suprema felicidade.

E agora Joseph sentia-se maduro para expor seus sentimentos, mas ainda tinha muitas incertezas. Sabia que ela percebia os galanteios, e até podia jurar que de alguma forma ela gostava. Entretanto, o medo de está precipitando as coisas o consumia de forma dilaceradora. É factual que o momento da verdade chegaria para ambos, e como já se fazia inevitável ao coração de Joseph, ele resolveu expor a ela o que sentia. Com tudo, como de súbito, resolveu calar-se e deixar com que as correntezas desse rio de paixões pudessem levar até o oceano de amores as ondas de um sentimento sinceramente puro e terno. Assim, deu à vida todas as prerrogativas para escrever o fim dessa epopéia.