sexta-feira, 18 de setembro de 2009

E a história se repete


Após 30 anos, a história se repetiu. É inaceitável em tempos de liberdade de expressão, uma manifestação pacífica e com o fim de conscientização, ser tratada com a truculência peculiar de uma polícia despreparada e ineficiente, aliada a alguns guardas - municipais sem a menor sensibilidade e formação adequada para trabalhar com a (in)“sugurança” da população. Na manhã desta, quinta-feira (17), um estudante da UFMA e um diretor da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), foram covardemente espancados por policiais militares e guardas – municipais, no Terminal de Integração da Praia Grande, onde apenas distribuíam panfletos com chamada para um ato público em memória dos 30 anos da Greve da Meia-Passagem, a se realizar na Universidade Federal.

Surpreendentemente, mais uma vez a polícia Coronelista do Palácio de La Ravardiere (guarda - municipal) estava envolvida em mais um ato de exceção. Vale lembrar, que o período de arbitrariedades já passou, e que a atual sociedade não permite e nem aceita atos unilaterais, que visam em sua essência apenas o uso da força como arma para calar quem não concorda com o atual cenário político, como ratificado com os jovens que faziam jus à lembrança de um movimento que foi significativo e único na Capital.

A Constituição Federal de 1988, é clara, quando resguarda o direito de livre expressão, e isso não pode ser impedido, principalmente em um local público e de grande circulação popular. O mais incrível é ver o presidente do Sindicato dos Guardas – Municipais de São Luís, Irineu Rodrigues de Sousa Neto, afirmar para um diário local, que apesar da Direção do Terminal de Integração da Praia Grande, ter mandado bater nos estudantes, nenhum guarda – municipal usou da força para conter os manifestantes, e estavam ali apenas para conter os ímpetos. Essa declaração é no mínimo indecente e execrável, principalmente vinda de uma pessoa que está à frente de uma entidade que representa toda uma categoria. Meu caro Irineu, a você dedico aquela celebre frase, uma imagem vale mais que mil palavras.

Pois sim, é preciso que a sociedade ludovicense fique alerta para esses atos de desmandos, já que podem muito bem argumentar as autoridades, que o episódio não passa de um ato isolado, e que isso não corresponde à política do Palácio de La Ravardiere, muito menos a do Palácio dos Leões.

E devemos lembrar que apesar dos atos truculentos e do autoritarismo que reina nas autoridades locais, a sociedade deve continuar engajada na luta pela salvaguarda de seus direitos. Os tempos de “chumbo” já passaram e a intolerância não é mais aceitável em tempos de tamanha modernidade. É triste observar que certas autoridades não conseguem seguir a linha do progresso, o que acaba levando-me a acreditar que são seres acéfalos em extremos. E dessa forma caminha a humanidade, com atos intolerantes travestidos de mantimento necessário da ordem. Ou atos transsex de libertinagem gratuita de violência e imposição através da formas de ideais políticos falidos de uma Social-Democracia.

Um comentário:

Frank Lima disse...

Há 30 anos, estudantes de toda a capital lutavam pelo direito da meia-passagem em São Luis. No governo do hoje, prefeito, João Castelo, apanharam e muito para que o direito fosse adquirido, mas no final conseguiram o que queriam. A meia-passagem está aí até hoje graças a esses heróis que, hoje, estavam sendo lembrados por um grupo de estudantes que se deslocaram de suas casas logo cedo para uma panfletagem explicativa sobre um dos principais movimentos estudantis de toda história do Maranhão. Tentaram, mas não conseguiram se manifestar e foram humilhados por policiais que deveriam estar do lado do povo, do lado daqueles que se organizam para retratar a figura dos “porco”líticos que estão aí tentando enganar os que tem mente fraca, dizendo que são amigos da juventude, mas que atrás do armário escondem os podres que já fizeram. E continuam achando que as pessoas não têm memória.