quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Imposição ou acomodação? O que aconteceu com a mídia ludovicense?

É no mínimo espantoso o silêncio da mídia neste dia 17 de setembro de 2009. Confesso que procurei; li e reli vários diários, senão todos: rebusquei em sites; assisti a jornais; ouvi programas de rádio e nada, nenhuma menção ao dia. Não quero acreditar que os Meios de Comunicação não estão lembrando da data. Mas, pior que pensar nisso, é fazer com que a minha imaginação me transporte ao fato de não estarem noticiando porque simplesmente não o querem, seja por imposição ou acomodação.

É bem verdade que o silêncio da mídia local, caracteriza um desserviço para toda a sociedade, pois acaba cerceando o direito à informação, que ultimamente virou um jargão tão utilizado por vários setores no Brasil. É sabido que dentro da capital existe a mídia governista e a oposicionista, mas por incrível que pareça as duas estão agindo da mesma forma. Será corporativismo? Ou será protecionismo?

Entretanto, o que causa maior espanto é o silêncio do Movimento Estudantil em São Luís. É bem verdade que há muito tempo esse tipo de movimento perdeu corpo e identidade na capital. Atualmente o que observamos é uma entidade que serve a propósitos extremamente políticos partidários, com uma enxurrada de pelegos que caminham conforme vão tocando a “boiada”. Deixar um histórico de luta à parte de um momento onde a unidade estudantil deveria está aflorada, é o mesmo que assinar um atestado de insanidade político-social, que só enfraquece o Movimento Estudantil e o transforma nessa celeuma de desencontros e desmandos de um grupo que não está engajado com a real situação da educação no Maranhão.

Deixar de lembrar a Greve de 79, é o mesmo que negar aos mais jovens a luta travada nas ruas do centro de São Luís. Deixar isso à margem do conhecimento dessa juventude é colocar em uma prisão ideológica, a maior luta que o verdadeiro Movimento Estudantil de São Luís, já foi capaz de produzir. Esses heróis e heroínas, foram às ruas dizer não ao aumento abusivo na passagem do ônibus e acabaram nas entrelinhas dizendo que não aceitavam mais aquele período de exceção.

Mas, como o período era de arbitrariedade e os desmandos estavam em voga, o então Governador, hoje Prefeito de São Luís, usou da truculência que lhe é peculiar e mandou a Polícia Militar marchar contra a multidão de alunos, que tinham como armas apenas cadernos e livros. Foi um massacre total e por vários dias as ruas da Capital se transformaram em uma verdadeira arena romana, onde leões (Polícia Militar) cassavam gladiadores desarmados (estudantes). Mesmo com toda a arbitrariedade da época, os estudantes conseguiram o direito à meia-passagem, e até hoje o direito continua em vigor, mesmo a contragosto de muitas pessoas, inclusive o prefeito de São Luís.

É, deve ser pela simples razão de que essas lembranças trazem à tona a imagem de “coronéis” que ainda estão no poder, que a mídia oportunista de São Luís, preferiu calar-se e jogar na lata do lixo o fazer jornalístico. É com grande pesar que exponho essa opinião, mas, não poderia furtar-me ao direito de ficar calado neste momento tão execrável e sepulcral da mídia ludovicense. E nesse momento, chamo a atenção para a necessidade de buscarmos extirpar do Movimento Estudantil esses pelegos que estão no comando dessas organizações que não têm identidade, ideologia e nem perspectiva de mudança para um ensino enfraquecido e pobre como o do Estado do Maranhão.

Nenhum comentário: