terça-feira, 30 de setembro de 2008

BEZERRA DE MENEZES, O FILME


Estreou deste de 29 de agosto, nos cinemas brasileiros, o filme que conta a vida de um ícone do Espiritismo brasileiro: Bezerra de Menezes. O filme começou a ser exibido sem grandes propagandas de promoção. Os críticos ficaram meios arredios com relação ao longa metragem. Isso explica-se pelo fato de estar se colocando em pauta um assunto que ainda é tratado com uma certa dose de preconceito. O Espiritismo ainda é visto como uma doutrina coberta de charlatões, que usam da fé das pessoas para adquirirem fama e bens materiais. No entanto, essas pessoas que criticam o Espiritismo pouco fazem para entender o verdadeiro sentido da doutrina. É necessário que as pessoas se desfaçam de seus preconceitos e possam ir para os cinemas apreciar esse filme que vem chamando à atenção de muitas pessoas pelo país.

A direção do filme é dos cineastas cearenses Glauber Filho e Joe Pimentel, o que pode explicar a atitude da crítica em relação ao filme, pois não é uma produção do eixo Rio-São Paulo. O filme nos mostra a vida de Adolf Bezerra de Menezes, um homem que teve a trajetória marcada pelo amor e pela caridade. Trata-se de um homem que fez de sua vida, em todas as formas, um meio de ser útil ao próximo e ao seu país, seja na vida política voltada sempre às causas humanitárias, como médico dedicado, conhecido por jamais negar atendimento a quem quer que fosse, ou ainda como um adepto do Espiritismo e um dos responsáveis pela fundação da Federação Espírita Brasileira. Ainda hoje, segundo os espíritas, é possível contar com a presença desse iluminado espírito, que no plano espiritual, orienta e auxilia com as suas mensagens confortadoras e com o interessante trabalho voltado para o bem.

O filme está em cartaz no Cine Box, em São Luís.

Ficha Técnica
Classificação: Ficção (longa-metragem)
Duração do filme: aprox. 75 min

Bezerra de Menezes: Carlos Vereza
Bezerra de Menezes Jovem: Magno Carvalho
Bezerra de Menezes Criança: Lucas Ribeiro

Antonio Adolfo Bezerra de Menezes: Cláudio Raposo
Dona Fabiana: Juliana Carvalho

Maria Cândida: Mirelle Freitas
Cândida Augusta: Alexandra Marinho

Irmã de Bezerra de Menezes: Ana Rosa
Soares: Everaldo Pontes
Cunhada de Bezerra de Menezes: Larissa Vereza

Líder do centro espírita: Lúcio Mauro
Senhor Materialista: Pedro Domingues

Doutor Leopoldino: B. de Paiva
Hermínia: Taís Dahas
Pai de Hermínia: Fernando Piancó
Mãe de Hermínia: Ana Cristina Viana
Maria do Carmo: Cristiane de Lavôr
Padre exorcista: Rodger Rogério

Pedinte: Renato Prieto
Freire Alemão: WJ Solha
Altino: Robério Diógenes
Estudante: Romário Fernandes
Mãe aflita: Andrea Piol

Deputado Gaspar Drumond: Fernando Teixeira
Deputado Andrade Figueira: Rutílio Oliveira

Médium João Gonçalves do Nascimento: Tarcísio Pereira
Médico Mário Lacerda: João Dantas

Senhora: Nanda Costa
Farmacêutico: Fernando Catoni

Participação Especial:
Militar: Caio Blat
Militar: Paulo Goulart Filho

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Por que defender a RCTV?



Quem já esteve na Venezuela, sabe muito bem: liberdade de opinião é tudo o que há. Nas rádios e emissoras de televisão comerciais, o presidente Hugo Chávez é xingado, humilhado, destratado e desmoralizado. As palavras usadas pelos jornalistas são de uma violência sem par. E ainda assim, ali estão, eles e elas, a disseminar suas diatribes, sem que ninguém os impeça.

Não há censura de espécie alguma. Os grandes jornais fazem oposição ao governo, ou melhor, a Chávez, usando argumentos que muito mais ofendem a pessoa do presidente do que o governo em si. É um negócio inimaginável em qualquer outro país do mundo. Se isso acontecesse nos Estados Unidos, por exemplo, duvido que os jornalistas não fossem presos ou banidos para sempre. Pois na Venezuela eles estão livres para falar.

Agora, o governo decidiu uma coisa que também acontece no chamado "mundo livre", todos os dias. Não vai mais renovar a concessão de uma rede de televisão do país, a Radio Caracas Televisión, alegando que a mesma não cumpre a lei. E o que diz a lei? Que as redes de televisão, assim como as de rádio, são um serviço público e, como tal, devem servir à população com informações de interesse de todos, e não só de alguns. É uma lei muito parecida com as leis dos demais países do mundo, inclusive do Brasil. Pois a RCTV é uma rede de televisão que existe há mais de 50 anos, sempre na linha da desinformação, tal e qual qualquer outra emissora de TV alinhada aos interesses do grande capital. A RCTV, assim como a Venevisión, é uma rede que muito mais funciona como uma corrente de transmissão da ideologia do american way of life do que qualquer outra coisa. Uma máquina de propaganda, como muito bem já analisou o teórico Noam Chomsky. Aqui, no Brasil, poderíamos colocar como análoga a Rede Globo, por exemplo.

Mas, os motivos que levam o presidente Hugo Chávez a não renovar a concessão vão muito além do que uma possível represália, como dizem os parceiros da mídia-irmã, como o Jornal Nacional, da Globo, ou a CNN, braço armado da informação estadunidense. Num extenso documento chamado "Libro Blanco sobre RCTV", o Ministério do Poder Popular para a Comunicação e Informação da Venezuela explica em detalhes os porquês da não-renovação da concessão. Além de mostrar como se conforma o sistema comunicacional no país – monopólico, antidemocrático e concentrador –, o documento esmiúça todas as ilegalidades que a RCTV vem cometendo há muito tempo.

Prazo de 20 anos

Na Venezuela, 78% das estações de televisão estão em mãos privadas, contra 22% do setor público. Na banda de UHF, o número sobe para 82% no setor privado, 11% no comunitário e 7% no público. Seis grandes grupos tomam conta de quase tudo o que o venezuelano vê e ouve – e isso mesmo depois da promulgação da nova lei que regula os meios de comunicação, buscando mais participação comunitária. Os mais poderosos são os da RCTV e o da Venevisión. Juntos, controlam 85% das verbas publicitárias e têm 66% do poder de transmissão.

O grupo que controla a RCTV é o das empresas 1BC, nascido em 1920 e incrementado em 1930 com verbas e tecnologia da RCA. A TV existe desde o início dos anos 50 e tem, hoje, entre seus acionistas, uma empresa com sede em Miami, EUA, a Coral Pictures. Não é sem razão que, segundo estudos do Instituto Nacional del Menor, 67% dos programas transmitidos são de produção estrangeira e metade da programação – cerca de 52% – é de anúncios publicitários. Da programação local, muito pouco representa a vida real do país. Os programas de auditório, as telenovelas e outras produções representam, no mais das vezes, a Venezuela branca e rica. A massa de trabalhadores, os indígenas, os negros, geralmente só aparecem em programas policiais. Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.

A idéia de concessões públicas começou a ganhar corpo na Venezuela no final de 1875, quando o governo se viu diante da necessidade de controlar as riquezas naturais, mais particularmente o petróleo. Depois, essas concessões foram se espraiando para o campo da mineração e das comunicações. Quando nasce a primeira rádio, em 1923, é o estado quem outorga a permissão. Desde então, o governo vem ditando leis para regular o setor. A última delas, antes da lei Resorte, promulgada no governo Chávez, datava de 1941 e dizia que uma concessão não podia durar mais que um ano, sendo renovada apenas se o interessado cumprisse com a legislação. Essa lei só veio a ser atualizada em 1986, através de um decreto presidencial que esticou para 20 anos o tempo da concessão. Passado esse tempo, o Estado pode então revisar o contrato e decidir se a emissora continua com a permissão.

Notícias falsas e censura

Com a Lei Orgânica de Telecomunicações – aprovada em 2000, já no governo Chávez – nasce um novo regime de concessões. Mas essa nova lei garantiu que as autorizações estabelecidas pelo decreto de 1986 e suas respectivas regras fossem mantidas, caso os prazos fossem respeitados. Isso significa que todas as emissoras que tiveram concessão naqueles dias puderam continuar operando, contando, a partir dali, o prazo de 20 anos. Agora, em 2007, esse prazo está esgotado e daí a revisão de cada uma delas, já dentro dos critérios da nova lei. Até aí, nada de ilegal ou de falta de liberdade de expressão. Apenas a correta adequação a uma nova situação, fruto de uma mudança significativa no conteúdo do que seja um serviço público, capaz de "permitir o acesso universal da informação".

Na nova lógica da lei das comunicações venezuelanas, aquele que detém o controle da empresa não é o dono da mensagem. Ele tem por obrigação garantir a pluralidade das vozes, a democratização das idéias e a participação popular. Portanto, na avaliação do governo da Venezuela, a RCTV, terminado o seu prazo de concessão, não atende aos requisitos básicos para continuar gerindo um bem público. E por quê? Porque desde sempre a emissora manteve a política de informar apenas um lado da questão: o que interessa ao grande capital.

Segundo o relatório governamental – disponível na internet –, a RCTV, durante o golpe que tentou tirar Hugo Chávez do poder, difundiu notícias falsas, impediu a fala de pessoas do governo, fomentou a violência, negou-se a divulgar opiniões que eram favoráveis ao governo e não mostrou qualquer ato de mobilização dos partidários de Chávez.

Controle por corte de verbas

Também no episódio da paralisação dos petroleiros, organizada pela Fédecamara (instituição empresarial) e a Confederación de Trabajadores de Venezuela, a RCTV usou atores profissionais e fabricou imagens visando a falsear a realidade e incitar o terror. Naqueles dias, a emissora foi alvo de investigações por parte do governo e todas essas questões foram comprovadas. Não bastasse isso, também foi detectada a evasão de tributos por parte da rede, débitos com funcionários e o uso de imagens de crianças para disseminar o ódio ao governo de Chávez. Todo o dossiê com essas informações está disponível na rede mundial de computadores [arquivo PDF; 8,69 MB].

O fato é que todos esses argumentos não estão sendo divulgados nas reportagens que são feitas sobre a não-renovação da concessão. Tudo o que se diz é que o governo Chávez está censurando, reprimindo e impedindo a livre expressão. Os fatos acima citados mostram que a coisa não é bem assim. Há que observar todos os pesos da balança.

O pensador estadunidense Noam Chomsky há muito tempo prega que as pessoas do chamado "mundo livre" deveriam ter à disposição um curso de autodefesa intelectual. E ele não diz isso à toa. É por ser um estudioso sistemático do modelo de comunicação estadunidense – o maior criador de ilusões que já se viu e que, não por acaso, estende seus tentáculos por toda a América Latina. Segundo Chomsky, quando o governo dos Estados Unidos fala em democratização da comunicação, esse discurso é totalmente desprovido de significado porque lá o cidadão comum não tem qualquer possibilidade de controle sobre o que é divulgado.

Os únicos interesses que importam são os do governo e os das grandes corporações. Controlam tudo. Quando, por algum motivo, as redes de TV ou jornais, principiam a falar de algum tema que seja contra as políticas governamentais, esses meios são "censurados" pelo imediato corte de verbas. E, ao que parece, não há ninguém na CNN ou na Globo gritando contra isso.

O poder de los de abajo

Nos Estados Unidos, denuncia Chomsky, os interesses das maiorias sempre foram considerados uma "ameaça à democracia" e quem os divulga fica marcado para sempre. Na "terra da liberdade" só têm curso livre as informações que dizem respeito aos interesses nacionais, e aí leia-se: dos bancos, das grandes empresas, do governo. Nada a ver com o povo. A desinformação é o prato do dia, servido sem que nenhum organismo de imprensa se levante em repúdio. Mentiras são divulgadas à exaustão, como a das armas químicas no Iraque, e ninguém pede provas. Pelo contrário. A notícia é disseminada por todos os países e as redes de imprensa a reproduzem como se fosse a verdade absoluta.

"Para os EUA, quando as grandes empresas perdem o controle da comunicação, então aí está uma violação da democracia", diz o teórico estadunidense. E conta ainda sobre uma rede de TV daquele país que, por ter divulgado uma reportagem sobre a compra de terras por multinacionais nos países do terceiro mundo, teve toda a verba publicitária cortada. Motivo: a notícia era antiestadunidense, o que mostra muito bem que as multinacionais têm pátria, sim. Mas, estas informações não chegam ao grande público e ninguém parece enquadrá-las como antidemocráticas ou como uma barreira à liberdade de expressão.

O certo é que aquilo que ameaça ter um cheiro de povo, de uma participação em que o protagonista é o povão, acaba tornando-se altamente incomodativo. As grandes redes na Venezuela, acostumadas a colonizar as mentes da população com um mundo alienígena, começam a perceber que os ventos sopram de outra direção. Enquanto os apoiadores da RCTV aparecem nas telas da CNN clamando pelo direito de verem suas novelas e programas de entretenimento, os que ajudaram a escrever a nova lei de comunicação querem ver brotar uma nova televisão. Que seja capaz de dar conta da pluralidade das gentes venezuelanas, que abrigue produções nacionais, comunitárias, que informe com o maior número de lados da verdade, que forme, que traga os aspectos culturais do seu povo, que assegure a participação popular.

De qualquer modo, essa é só mais uma batalha da luta de classe que se explicita no processo bolivariano. O poder de los de abajo contra as grandes corporações. Um capítulo paradigmático, visto que serve de exemplo para as demais emissoras com concessão a vencer. Na Venezuela, a iniciativa privada pode expressar-se e viver em paz, desde que cumprindo com o que diz a lei soberana, fruto da vontade do povo, pois como se sabe, ali qualquer lei pode ser alterada pelo poder popular. Assim, o que se vê nas telas das televisões dos países amigos dos EUA nada mais é do que a velha jogada ideológica de tirar por diabo toda e qualquer pessoa que não diga amém ao capital. Mas, quem pensa por si mesmo, pode chegar a outras conclusões...

Por Elaine Tavares
(Jornalista do OLA – projeto de Observação e Análise das Lutas Populares na América Latina)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Oligarquia Sarney: Derrota Final de um Grupo Político?

A população do Maranhão está cansada das manipulações, dos insultos e da baixa política que caracterizaram as ações desse grupo durante muitos e muitos anos. Além, obviamente, da falta de interesse público, do patrimonialismo eda falta de compromisso com os interesses maiores do Maranhão.

O povo maranhense cansou ainda da pobreza, da exclusão social, do analfabetismo, da mortalidade infantil, do pior IDH do Brasil, da menor renda per capita entre todos os estados. Cansou da falta de colégios, do desleixo com a educação e a saúde, da ausência de água nas casas, das casas de taipa cobertas de palha, da falta de oportunidades para os jovens. Cansou de ver que os donos do grupo boicotavam a vinda da refinaria, da siderúrgica que estava certa de vir com a assinatura dos documentos em Shangai, e passou a ser postergada para quando Roseana Sarney assumisse o governo, como era o desejo de seu pai, José Sarney. Cansou de ver que eles tentavam tirar o corpo fora do boicote à vinda da siderúrgica, tentando jogar a culpa do atraso nos governos contrários a eles e que lutaram muito para que esses empreendimentos viessem para cá.

Da mesma maneira, o grupo comandado por Sarney lutou nos subterrâneos do Congresso para que não fosse aprovado o empréstimo do Banco Mundial para combate a pobreza. Até que tiveram que botar a cara de fora na histórica sessão do Senado que aprovou o projeto. Esse processo foi a gota que faltava para transbordar finalmente a indignação com a atitude contrária ao Maranhão que o grupo sempre usou nos assuntos fundamentais do estado.

Esses fatos, denunciados à época, foram fundamentais para a formação do ambiente contrário aos Sarney que veio a tona em 2006 na derrota de Roseana Sarney nas últimas eleições para governador, fato histórico e fundamental para o futuro do Maranhão.

A derrota gigante foi mascarada pela atribulada vinda do presidente Lula a Timon , atendendo súplicas do senador José Sarney, que tentava salvar a sua filha da derrota humilhante, jogando todas as suas fichas no Lula. Burlaram a lei eleitoral e partiram para um frenesi de telefonemas com gravações do Lula pedindo votos para Roseana. A grande maioria dessas ligações foi dirigida a pessoas cadastradas no programa Bolsa Família, pessoas simples dos povoados. Um locutor treinado ligava para os orelhões e o primeiro que atendesse era instado a dizer o seu nome e em seguida o locutor dizia que era com ele mesmo que Lula queria falar. Entrava, então, a gravação do presidente, pedindo votos em Roseana e o estupefato incauto, paralisado pela gravidade do momento ouvia o locutor, em seguida, dizer -lhe que a candidata do Lula queria falar com ele. E entrava outra gravação, desta feita, com Roseana, que dizia que o presidente queria que ela fosse a governadora etc. Esse gesto político desesperado, aproveitando-se de pessoas de bem, simples, e esmagadas pelo inusitado, falando com o presidente da República, nos tirou, segundo pesquisas da época, mais de 200 mil votos. Não deu para Roseana ganhar a eleição, mas diminuiu o tamanho da surra.

Hoje está explícita a grande rejeição do grupo Sarney, principalmente nas grandes cidades, onde a população goza de melhor nível de instrução. Em São Luís, por exemplo, nunca o grupo Sarney foi tão desimportante. Nenhum candidato ligado ao grupo e concorrendo por partidos que ainda os apóiam ultrapassa 5% de intenção de votos, conforme pesquisas recentes já publicadas pelos jornais. Vejo pessoas como Cutrim, por quem tenho respeito, abandonado à sua própria sorte, porque acreditou na lábia dos mandões. Os outros todos foram para o sacrifício e, com grandes prejuízos políticos futuros, vêem seus prestígios minguarem rapidamente. Dizem até que Gastão, importante deputado, que não passa de 1% nas pesquisas , está na disputa para atender Sarney, que o colocou lá apenas para tentar evitar que Lula venha ao Maranhão participar de comícios com Flavio Dino. Que coisa!

O grupo Sarney está distribuindo um dossiê contra Jackson Lago aos jornalistas dos grandes jornais do sudeste, tentando criar uma imagem negativa sobre o processo de cassação que os mesmos patrocinam contra o governador. Como os jornalistas não conhecem a nossa realidade acabam por embarcar nessa canoa furada. A Folha de São Paulo deu espaço em suas páginas para o que acreditou ser verdade. Juntaram ao dossiê relatórios preliminares de auditorias, ainda sem contestação, de auditores do TCE, feitas em 2007. Lá é dito que muita coisa não tinha sido feita como uma Maternidade em Caxias, que já está inaugurada há algum tempo e é uma das melhores do Maranhão, por exemplo. O dossiê, como todos os que eles elaboram, são criados para iludir e formar impressão desfavorável de seus inimigos políticos. É fajuto como todos os outros.
Reaja, governador, faça o contra-dossiê e desmascare esse grupo.

Artigo retirado do site do Centro de Mídia Independente

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ato pífio na Praça Deodoro

O dia de ontem (17) era para ser de intensas mobilizações políticas. E isso por conta das comemorações dos 29 anos da Greve de 79. Entretanto, a data não passou de um dia sem nenhuma expressão política que lembrasse a bravura dos jovens que brigaram pela meia passagem no final da década de 70.

Um grupo de pelegos que há anos estão no comando dos “grupos estudantis” de São Luís, estão cada vez mais contribuindo para que a juventude continue alienada. Digo isso, respaldado no que presenciei na Praça Deodoro. Era deplorável um amontoado de jovens bebendo e consumindo drogas. Uma enxurrada de mentes vazias que nem sequer conseguem perceber a dimensão do que foi a Greve da Meia-Passagem.

Essa realidade é culpa dos pelegos que controlam as entidades estudantis? É culpa dos jovens que não se interessam por política? Na verdade é culpa de todos nós. É idiotice afirmar uma certa aversão à política, mesmo por que vivemos a política nos seus mais diversos espaços. Até o ato de ontem era um ato político, apesar deste blogueiro achar tudo aquilo uma grande afronta à imagem e à memória de todos que sofreram a repressão no período da Greve de 79. E como poso afirmar que aquilo que aconteceu ontem era um ato político? Partindo do princípio de que as pessoas que ali estavam, abdicaram do direito de protestar sobre a ameaça de termos novamente o que há de mais podre na política local.

Para ratificar que os líderes estudantis atuais são pelegos, o Jornal Pequeno, estampou hoje a manchete: EM 2006, MOVIMENTO ESTUDANTIL FEZ ATO EM DEFESA DE JOÃO CASTELO: Os “cabeças” das entidades inclusive afirmaram que o ex-governador não mandou espancar estudantes durante a greve de 1979. Mesmo sabendo que o Jornal Pequeno é um reduto psdbista, não posso negar que o que foi dito ali é fato, e contra fato não há argumentos. Gostaria muito que esses pelegos, que estão apenas se perpetuando na direção de entidades sem razões políticas para lutar, pudessem desmentir o que até agora está explicito aos olhos daqueles que se ocupam ao menos a ver essa farsa com olhares mais críticos.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

SERÁ QUE A HISTÓRIA VAI SE REPETIR?

A máxima da história é que os acontecimentos continuam sendo os mesmos, porém com atores diferentes. Há 29 anos, os estudantes de São Luís foram às ruas protestar contra o aumento abusivo das tarifas nos coletivos. A manifestação tinha o cunho pacifista e se concentrava em contestar o abuso de poder praticado pelo então prefeito de São Luís, Nunes Freire. Entretanto, o movimento que nasceu nos corredores da UFMA acabou sendo percebido pelas autoridades como um ato subversivo contra o Estado.

Para o Governo era preciso acabar com aquela “célula rebelde” que estava nascendo na (re)vivida Ilha Rebelde. Os estudantes fizeram uma imensa mobilização e colocaram milhares de jovens na Praça Deodoro. O objetivo era tentar uma reunião com o então Governador Biônico do Maranhão, João Castelo, que na ocasião colocou a polícia nas ruas para censurar (usando da força) qualquer tipo de manifestação que perturbasse a ordem normal da cidade. Com a celebre frase: a polícia está na rua para decidir. O Governador biônico deu aval para que a barbárie fosse praticada contra os “agitadores comunistas”, que estavam sendo comandados por subversivos que vinham de outros países.

Foram dias de intensos atos de repressão por parte do Governo do Estado contra a Greve dos Estudantes, muito foi dito para justificar os atos abusivos da polícia, porém os estudantes continuaram com a linha de movimento pacífico, que contestava o aumento abusivo das tarifas nos ônibus e propunham a concessão imediata do direito de meia-passagem para todos os estudantes da capital do estado.

Após uma intensa onda de barbaridade que já ultrapassava os limites do Maranhão, o Governador resolveu conversar com os estudantes e conceder o direito à meia-passagem. O saldo de toda essa batalha, foi uma imensidão de estudantes feridos, presos, torturados e humilhados pela polícia que estava a serviço do Governador Biônico do Maranhão. A Ditadura Militar foi um período negro na vida sociopolítica do Brasil, mas serviu para aflorar nos corações jovens e descontes com a atual situação o sentimento de patriotismo e a necessidade de uma maior discussão sobre o cenário político mundial.

A Greve de 79 não foi apenas um movimento pelo direito da meia-passagem. Foi a sinalização de um ato que propunha uma caminhada ainda maior e que (per)dura até hoje. A guerra pela manutenção dos direitos dos estudantes é uma constante na realidade social do Brasil. E, em ano de eleições, é necessário conhecermos os atores da política atual, muitos dos quais já estão no cenário há várias décadas. Se já está ratificado que a história se repete, bem que o povo poderia fazer renascer o espírito rebelde de 29 anos atrás e dizer não à ditadura que está querendo se instalar em São Luís. É necessário sepultar o que ainda resta desse período podre da história do Maranhão. Para isso é necessário exorcizar a ameaça de 2009 se (re)transformar em 1979. Que a história dessa vez obedeça a um outro caminho e não nos pregue a peça de ver depois de trinta anos o sinônimo da ditadura ainda insepulcro no poder.

Nielsen Furtado
Jornalista

DVD de despedida do Los Hermanos eterniza bons momentos da banda


O terno e a gravata justificam o momento solene. Marcelo Camelo, ainda que um pouco desengonçado, entoa os primeiros versos de "Dois barcos". "Aponta pra fé e rema", diz a canção, escolhida para abrir o último show do Los Hermanos antes de uma pausa por período indeterminado. A apresentação, que lotou a Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, no dia 9 de junho de 2007, deu origem a um registro ao vivo com 26 músicas – cinco canções gravadas na apresentação do dia anterior compõem os extras.

"Primeiro andar", que vem na seqüência, descortina a contribuição de Rodrigo Amarante, que ao longo de uma década de carreira passou de guitarrista e backing vocal (quando não dava uma palhinha na flauta) a compositor de faixas essenciais na discografia da banda, como "O vento" e "Sentimental", também incluídas no DVD. Estão lá, ainda, o tecladista Bruno Medina e o baterista Rodrigo Barba, peças fundamentais desse equilibrado quarteto.

Se Camelo encarna uma espécie de Ivan Lins roqueiro, Amarante quebra o protocolo com vocais bêbados e coreografia debochada. Quando se vê a banda no palco, fica difícil pensar em muitos outros grupos com o mesmo potencial de entrosamento e criatividade. Da radiofônica "Anna Júlia" à rara "Pierrot", suas músicas pintam um panorama alegre do que um dia foi a música pop brasileira.

A aparente fragilidade cantada em letras como "O vencedor" encontra eco numa platéia invariavelmente descrita como fanática, que canta junto cada estrofe como se fosse a última – nesse caso, é.

"Los Hermanos na Fundição Progresso" – que também originou um álbum com o mesmo nome – é o registro de um momento raro. Não só mata as saudades dos fãs, um ano depois, como deixa escancarada a maturidade de quatro indivíduos que curtem o que fazem (ou curtiram) e não estão lá muito preocupados em simplesmente manter as aparências (e a conta bancária).

Pena que o material não transmita a contento a efervescência do público, que assim como a própria banda, fazia dos shows do Los Hermanos uma experiência sempre interessante.

Lígia Nogueira, G1

terça-feira, 9 de setembro de 2008


... e mais uma vez ele estava confuso com as situações que a vida lhe apresentava. Sempre teve a convicção de que era uma pessoa feliz no amor. Tinha uma linda mulher, uma relação sólida e feliz. Mas, a vida com as suas travessuras acabou colocando em seu caminho uma semente da paixão. Era uma coisa inexplicável, quase sem controle, que consumia os pensamentos mais utópicos. Era simplesmente uma enxurrada de emoções e fantasias que acabavam por mascarar a vida além mar. Uma vida muito diferente desse mundo criado por essa paixão. Sentimentos arrebatadores chegam e vão com muita intensidade, porém, acabam deixando marcas profundas de amor ou de ódio. E a vida como sempre aprontando as suas diabruras, mas ao final de toda essa epopéia, ele há de ficar com uma lembrança dela e ela há de levar uma lembrança dele...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

As mulheres ainda são minoria na política brasileira

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgou que nessas eleições, dos 379.176 candidatos inscritos, 298.236 são homens e apenas 80.850 são mulheres. Mesmo com toda as campanhas publicitárias incentivando as mulheres a entrarem de vez no cenário político brasileiro, concorrendo para todos os cargos do legislativo e executivo.

A região nordeste tem o maior número de representantes do sexo feminino nas eleições para o executivo municipal, com 667 mulheres inscritas, além de ter a única cidade do país onde a participação feminina é superior à masculina. Essa cidade é Grande Triunfo, localizada a 344 Km de salvador, Bahia, onde 18 dos 33 candidatos a compor a Câmara Municipal são Mulheres.

No Maranhão, não é diferente do resto do Brasil. As mulheres representam maioria dos eleitores e a minoria das candidatas: são 50,9% do leitorado e 23,6% do total de candidaturas, entre prefeito, vice-prefeito e vereador. Apesar de que, na capital maranhense não haja candidatas ao cargo de prefeita, no interior do estado a situação é diferente. Há cidades em que somente mulheres disputam a prefeitura. Em Lago da Pedra, no oeste do estado, por exemplo, a prefeitura está sendo disputada por duas mulheres. Mesmo assim, o número de candidatas ainda supera a média nacional, que é de 21,6%.