sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

QUERER-TE

Querer-te, é viver assim, de certa forma,
aos poucos, sempre voltando ao passado,
porém, ter-te é algo que foge sempre
ao desejo único e sublime de contemplar-te.

E com essas intempéries,
vou caminhando como Orfeu,
tentando fazer do que me resta
o nécta para a minha existência,
e buscando nas lembranças,
o sabor adocicado da rosa.


Nielsen Furtado

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Lançamento da 32ª edição da RP alternativo


No dia 11 de dezembro deste ano, às 17h30, o Curso de Comunicação Social da UFMA lançará a 32ª edição da Revista RP alternativo. O evento de lançamento será no Convento das Mercês, em São Luís, e contará com presença de vários convidados renomados no mundo acadêmico e profissional.

Há 16 anos, a Revista Laboratório do Curso de Relações Públicas é planejada e desenvolvida pelos alunos da disciplina Redação em Relações Públicas II, do 5º período do Curso de Comunicação Social – habilitação Relações Públicas, com o objetivo de produzir publicações empresariais, além de instigar os alunos à participação em todo o processo de planejamento e criação de uma revista organizacional.

Ao longo desses anos, a RP Alternativo passou por marcantes modificações, dentre elas a passagem de um perfil jornalístico para o de revista institucional, abordando diversos aspectos da comunicação, sobretudo das Relações Públicas.

Dentre os méritos dessa revista pioneira, há o orgulho de ser uma publicação laboratório da área de Relações Públicas que nunca sofreu interrupção em suas edições, sendo, ainda, a única no formato de revista em todo o Brasil.

Nesta edição, coordenada pelo prof. Pablo Monteiro Dias, a RP alternativo traz discussões sobre as tecnologias da comunicação e informação; a importância da pesquisa para o profissional de comunicação; as interfaces entre Relações Públicas e Diplomacia, Política e Cultura; entre vários outros temas relevantes à profissão e à área da comunicação.

Lugar: ASCOM UFMA
Fonte: Pedro Germano/RP


Conab lança livro sobre abastecimento alimentar

A Companhia Nacional de Abastecimento, lançou nesta segunda-feira (08), o seu primeiro livro: “Abastecimento e Segurança Alimentar: o Crescimento da Agricultura e a Produção de Alimentos no Brasil”. O livro é reunião de artigos e estudos de técnicos do órgão e de especialistas que debateram o mercado durante encontro que foi realizado pela Conab. O prefácio do livro é assinado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Os artigos abordam temas relacionados às atividades do órgão, como: safras, armazenagem, comercialização de produtos, agricultura familiar, biocombustíveis, incentivos e formação de preços agrícolas, e segurança alimentar.

"É uma publicação importante que certamente apoiará as discussões do setor agrícola", destaca o presidente Wagner Rossi. A obra tem cerca de 400 páginas, possui código do International Standard Book Number (ISBM) e registro catalográfico


Contas do prefeito de Cururupu foram bloqueadas

As contas do prefeito e do ex-prefeito de Cururupu, José Francisco Pestana e José dos Santos Amado, respectivamente, foram bloqueadas pela justiça, desde o último dia 27 de novembro. A decisão do bloqueio das contas foi da juíza de Cururupu, Lúcia de Fátima Silva Quadros, que aceitou a ação pública interposta pelo Ministério Público, que acusa os gestores de improbidade administrativa, já que não adotaram as providências para a aprovação do Plano Diretor de Cururupu.

O plano Diretor, é a lei municipal que estabelece diretrizes para a ocupação da cidade, que é estabelecida como obrigatória no Estatuto das Cidades (Lei 10.257/01), para municípios com mais de 20 mil habitantes.

José Francisco Pestana e José dos Santos Amado já foram intimados e não recorreram nem contestaram a decisão.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

LUTO

Acidente deixa movimento sindical de luto


O movimento sindical no Maranhão amanheceu de luto nesta terça-feira (2), devido ao acidente ocorrido em Açailândia, que deixou duas pessoas mortas e 21 ficaram feridas. Segundo informações o acidente ocorreu depois que o motorista do ônibus, que levava 42 passageiros, perdeu o controle e capotou na estrada.

O acidente vitimou de forma fatal os companheiros: José Raimundo Azevedo (Sintema); e Válber Mota Cardoso (STIUMA), que era Suplente da Executiva. Os servidores estavam indo para Brasília, onde iriam participar da 5º Marcha da Classe Trabalhadora, que iria acontecer hoje (3).

A delegação do Maranhão contava com 100 pessoas.
O Sindsep seria representado por 25 servidores, que de acordo com o presidente do Sindicato, Raimundo Pereira, estavam indo para Brasília, com força e objetivo bem focado na luta pela garantia dos direitos dos servidores públicos, e com essa integração dos servidores das três esferas, o serviço público sairia mais fortalecido e unido na busca por seus direitos.

O Sindsep lamenta profundamente a perda de tão valorosos companheiros, que sempre lutaram de forma incansável na busca de direitos dos servidores públicos. É notório que ficará uma grande lacuna no movimento sindical do Maranhão. E é em homenagem a esses guerreiros que os servidores precisam continuar lutando por espaços e valorização das suas ações e funções.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Maranhão na Tela


O Teatro Arthur Azevedo, será palco da solenidade de abertura do projeto Maranhão na Tela 2008, que vai acontecer no próximo dia 1º de dezembro, às 19h. Nessa noite serão entregues certificados dos cursos de Roteiros e Documentários; Direção e Produção; e da Oficina de Vídeo.

Nos dias 3, 4 e 5, vai acontecer a segunda edição do Fórum Maranhense de Produção Audivisual FMPA. O fórum também é parte do projeto Maranhão na Tela, que tem como foco principal, investir no fomento à produção audivisual maranhense, investindo assim na realização de ações de democratização do acesso a capacitação, difusão e produção de cinema e vídeo.

O ponto central de discussões esse ano será em torno da tripé: Capacitação, produção e difusão. Na qual são estruturadas as políticas de fomento. Nessa perspectiva, “gostaríamos muito de poder contar com sua participação nesse evento”, disse Mavi Simão, Idealizadora do Projeto.

Os debates irão acontecer na Associação Comercial do Maranhão, à partir das 14h 30min. Para a participação no evento, é necessário a inscrição gratuita, que pode ser feita pelo site: WWW.maranhaonatela.com.br

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sem tempo de fazer os textos, deixo apenas as imagens dos convites de vários eventos para esses próximos dias.








sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"DROBE" SEUS PENSAMENTOS




[Erivaldo (ao violão) com Didã (cantando) nalguma edição dA Vida é uma Festa!]

Erivaldo Gomes lança primeiro disco solo recheado de faixas que já são hits na cena alternativa ludovicense.

Erivaldo Gomes, autoridade em se tratando de percussão e irreverência, decretou: 8 de novembro é o Dia Internacional de Pensamentos Drobados. Drobados mesmo, como no título de seu primeiro disco: Pensamentos Drobados.

"Na verdade, eu estou lançando meu segundo disco. Eu inverti as coisas, só depois eu vou lançar o primeiro". E como se chama o primeiro?, pergunto. "Eu sempre fui teu ídolo, meu fã", o bom humor dá o ar da graça.

A faixa-título – também conhecida como Baseadão – é dos inúmeros hits do repertório que Erivaldo mostra todas as quintas-feiras nA Vida é uma Festa! (Companhia Circense de Teatro de Bonecos, Praia Grande), longevo projeto tocado pelo poeta-músico, amigo comum, Zé Maria Medeiros. "Uma menina [o músico se refere a uma jornalista] veio me perguntar se 'drobados' tinha algo a ver com drogas. Isso aí é por sua conta, foi o que respondi", ri.

Mas no Dia Internacional de Pensamentos Drobados, 'tá tudo liberado? "A pior droga que o homem faz é destruir a natureza, o planeta. O resto, 'tá tudo liberado", provocavisa.

Vai ter strip-tease? "Ê, rapá, não diz isso! É Didã [a talentosíssima cantora, esposa de Erivaldo, irmã do poeta Cunha Santos] quem vai fazer participação especial", responde com mais um sorriso. Aimoré e Mirassol, filhos do casal musical, também se apresentarão, além do flautista João Neto.

Namoro nu, outro hit, é disparada a faixa mais ouvida no myspace do artista (donde tiramos a foto que ilustra este post), que já tocou com nomes como Xangai, Dércio Marques, Alcione, Rosa Reis e Toninho Horta, entre outros, sempre "confinado" à cozinha percussiva. Agora, Erivaldo Gomes (composições, arranjos, voz, violão e percussão) dá a cara pra bater – e os cabelos desalinhados pra puxar – à frente da Fogo, Cordas e Tarraxas, banda que o acompanha (e que também tocou em Amor brotando, bela estréia de Didã), formada por Cauê (cavaquinho), Jibóia, Caburé, Cabeça, Baé, Maguila, Rogério Ozz (percussão), Neto Severino (violão) e Marquinhos Verdin (teclado).

Outros clássicos – sim, já clássicos: se você já foi a alguma edição dA Vida é uma Festa! é quase certo que saiba cantar ou lembre dos versos de pelo menos um deles – do disco são Chuvas de ar-condicionado, Chove, faz sol (Casamento da Raposa), De cima, Cupim no coqueiro e Nego, entre outras.

Num tempo em que música pode ser baixada pela internet – com ou sem autorização do artista – Erivaldo inventa o download fora do virtual: quem comprar o ingresso para o show leva para casa o disco autografado.

O Dia Internacional de Pensamentos Drobados acontece dia 8 (sábado), às 21h30min – "não vai ter atraso, nem discotecagem", Erivaldo avisa –, no Circo Cultural da Cidade (Aterro do Bacanga, ao lado do Terminal de Integração da Praia Grande). Os ingressos – com direito ao cd – custam apenas R$ 10,00 e podem ser adquiridos no local.

Fonte: Zema Ribeiro ()

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Não fale em nome dos jovens de São Luís, temos as nossas próprias vozes e idéias.


O singelo e humilde texto aqui exposto é uma resposta pessoal e não de cunho partidário, ao que foi “colocado” no Jornal Pequeno (28/10/08) por um amigo e colega de profissão. Pois bem, para começar, a saudação que compõe o título não condiz com a realidade, não fale por todos os jovens de São Luís, fale por esses que compõem a sua “juventude”; juventude tucana; classe média, que vivem em sua maioria de exploração da mão-de-obra da classe operária; “jovens” que vivem a exibir seus carros do ano na Av. Litorânea, e que por algum lapso involuntário, pensam, talvez, em uma imensidão de pessoas que vivem, aqui em São Luís, abaixo da linha da pobreza. Essa “juventude” tem outro nome e outros ideais e afirmo que não é a proposta de um desenvolvimento que possa possibilitar paridade nas condições de disputa por um espaço no mercado de trabalho. E não venha dizer que o PSDB luta por uma educação de qualidade e igualitária, haja vista quantas universidades foram construídas no Governo FHC e quantas foram erguidas no Governo Lula.

“Existia um sonho incerto (...)”, que sonho era esse? Até onde sei e compreendo, até mesmo o sonho do vencedor é uma incógnita, pois como o próprio texto afirma: “existia o desejo pela volta de uma doce realidade”. Qual realidade? Ah sei! agora lembrei, Para os “jovens” que compõem o seu círculo de juventude, foi muito doce saber que o governo do coronel, do filhote da ditadura, do sarneista mal-agradecido mandou espancar estudantes de forma covarde em praça pública, jovens! esses, sim, merecedores do nobre título: “Jovens de São Luís”. Pessoas que lutaram contra um regime que amordaçava a sociedade brasileira e espalhava o pânico e intolerância pelas ruas do país. Esses mesmos “heróis” que lutaram contra o então governador do Maranhão, hoje, prefeito eleito de São Luís. Esse filhote da ditadura que diz aos quatro ventos que construiu e deu casas ao “povo”, mas a verdade é que todas as casas foram construídas com verba federal, dinheiro extraído do bolso dos meus e dos seus pais. Castelo fala que deu casas, mas as pessoas que lá habitam até hoje pagam pelo lugar onde moram, agora, cabe a elas julgarem se são gratas a ele ou não.

Falar em honra é andar de forma perigosa sobre a linha tênue da contradição. Porque esse adjetivo é explicitado apenas a quem faz parte da “juventude tucana”? E por que a juventude que apoiou, caminhou e cantou em coro as músicas de Flávio Dino, compraram as suas ideologias em supermercados? Essa questão me faz lembrar do que já dizia Cazuza: “ideologia, eu quero uma pra viver”. É engraçado ver como as pessoas conseguem viver igual a camaleões, vestindo a camisa do castelismo, mas com profundas convicções roseanistas, convicções essas, declaradas pelo nobre colega em conversas travadas em tempos passados. Isso sim é se travestir de uma ideologia que só é boa, até quando traz certo ganho pessoal (e não estou aqui falando de ganhos materiais, que fique bem claro!).

Será mesmo que os jovens terão vez e voz no governo de Castelo? Existem dúvidas, pois o episódio da Greve da Meia-passagem mostra que o coronel Castelo não é aberto a discussões. Aquele acontecimento mostrou como o futuro prefeito de São Luís costuma agir com aqueles que ousam bater de frente com as suas vontades. Não é preciso esperar que João Castelo assuma a prefeitura de São Luís, para sabermos o verdadeiro modo de governar, basta resgatar na memória a guerra entre policiais civis e militares nas ruas de São Paulo, embate esse, incentivado e determinado pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB). E FHC, quando esse senhor foi presidente do Brasil, chamou os meus e os seus avós de vagabundos, vendeu a Companhia Vale do Rio Doce, privatizou a telefonia do país e fez da economia brasileira uma grande refém do FMI, essa necessidade e vigilância do Fundo só foram afastadas com a competência e trabalho do governo Lula. Governo que era tão combatido pelo PSDB, mas que repentinamente se tornou adocicado nos lábios do psdebista Castelo. Ora! Que ironia do destino, logo João Castelo, que em discurso se referiu ao nosso presidente da seguinte forma: “Lula parece um peru bêbado em véspera de natal”. E em campanha usou o slogan: “sou Lula, voto em Castelo”. Não sei se é para rir ou chorar, o que posso afirmar é que isso me deixa extremamente indignado.


“Temporada de caça aos pelegos (...)”. Essa realmente é uma comédia. Acusam os que apoiaram Flávio Dino de pelegos, mas esquecem que a campanha do Sr. Castelo estava entulhada de “lixos” dessa extirpe. Pessoas que a “juventude tucana” conhece bem. A prática que caracteriza um ser de pelego, com certeza não condiz com as ideologias que pessoas com idéias novas buscam, diferentemente do que acontece no habitat tucano. Com relação aos adjetivos expostos no fim do texto, pode-se entender e compreender quando se trata de um ato subido de bajulação e execrável puxação de saco, mas como o texto mesmo deixa explícito, é um agradecimento a esse “líder capacitado”, “administrador competente”, “homem de família” e “político vitorioso”. O resto! cabe ao povo adjetivar.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Email que recebi de uma amiga, Alessandra Santos, e estou tomando a liberdade de colocar no meu blog. "Só para Sacanear quem ainda pensa que Castelo irá transformar São Luís em uma cidade melhor".


Companheiros (as),
Quero compartilhar o sentimento após o resultado das eleições de São Luís, com o texto abaixo gravado por Ana Carolina.
Participei da apuração lá no Aprovação... E quando Flávio chegou... e quando Flávio falou...e quando Flávio chorou... e quando a militância entoou... “Eu sou Flávio Dino, com muito orgulho... com muito amor...”, nos fortaleceu, nos encantou, nos apaixonamos e nos sentimos vencedores... porque ele é um grande vencedor, ele é o cara! Saímos fortalecidos. Com as palavras que ouvi de Flávio Dino, meu sentimento é este...

'... Mais honesta ainda eu vou ficar! Só de sacanagem! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!'

Só de sacanagem (texto)

Ana Carolina e Seu Jorge

Bom, e aí, resolvi fazer umas coisas que não tinha conseguido fazer antes e queria... Fiquei com vontade de encontrar umas pessoas que eu não tinha encontrado ainda. O primeiro nome forte que me veio foi Tom Zé, esse gênio maravilhoso, e, quando eu encontrei com ele,eu encontrei carinho, abrigo e uma pessoa mais incrível ainda que teve uma grande sacada nessa nossa primeira parceria chamada Unimultiplicidade, onde cada homem é sozinho a casa da humanidade. Valeu Tom!

E antes de fazer essa canção, eu queria ler um textinho aqui da Elisa Lucinda, chama-se Só de Sacanagem:
Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta a prova?Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro. Do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta a prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração tá no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e todos os justos que os precederam. 'Não roubarás!', 'Devolva o lápis do coleguinha', 'Esse apontador não é seu, minha filha'. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar! Até habeas corpus preventiva, coisa da qual nunca tinha visto falar, sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará! Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear! Mais honesta ainda eu vou ficar! Só de sacanagem!
Dirão: 'Deixe de ser boba! Desde Cabral que aqui todo mundo rouba!
E eu vou dizer: 'Não importa! Será esse o meu carnaval! Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos.'
Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambal.
Dirão: 'É inútil! Todo mundo aqui é corrupto desde o primeiro homem que veio de Portugal!'
E eu direi: 'Não admito! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!'
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final!

Com a certeza de que somos o que queremos ser, e que partilharemos sim, junto com Flávio o FUTURO (como ele próprio nos convidou),

Alessandra Santos

Início de um retrocesso

Uma nova fase está se iniciando hoje nesse espaço. Com a “vitória” do Sr. João Castelo nas eleições 2008, esse blogueiro vai intensificar críticas a um governo que nasce fadado ao fracasso; ao endividamento crescente da cidade; a uma fase de intensos atos de truculência e de arbitrariedade. Tudo isso já é sabido de uma boa parte da população, até mesmo quem foi vítima desse filhote de um dos piores períodos da nossa história atual, vendeu-se de forma covarde e insana a um projeto político assistencialista execrável e mentiroso que não condiz mais com a política atual. Essa atitude mostra que o povo ainda tem medo da mudança, e que optou pelo atraso e pelo subdesenvolvimento criminoso e ridículo que o “tucano” Castelo vai proporcionar a São Luis.

Em sua campanha, Castelo sempre fez questão de lembrar que o povo de São Luís é miserável, quando afirmava essa política ridícula de um assistencialismo cínico que era exposto por um sorriso de deboche e desprezo do Sr. Castelo toda vez em que o mesmo falava do “Programa Bom Preço”, do fardamento escolar e do hospital de urgência que ele jurou que irá fazer. Castelo afirmava que tinha dado casas ao povo quando construiu a Cidade Operária e o Maiobão, mas o Sr. Castelo sabe que ele não deu casa a ninguém, as casas dos conjuntos em questão foram e continuam sendo pagas por todos os que nelas moram. Todas as verbas para essas construções foram federais e vieram do FGTS, PIS e do FAT. Portanto, Castelo se escondeu atrás de uma mentira que ele criou e que Duda Mendonça se encarregou de transformar em verdade. Dois caráter duvidosos se uniram para enganar uma cidade que se orgulhava de ser chamada de “Ilha Rebelde”. Que rebeldia tem São Luis hoje? O que se pode esperar de um governo que já mostrou anos atrás que é intransigente e violento? Na semana retrasada tivemos a (in)felicidade de ver como é o modo PSDB de governar, quando o Governador de São Paulo, José Serra mandou a polícia militar enfrentar os seus irmão da polícia civil. Nem isso foi capaz de fazer com que o povo de São Luís acordasse para o eminente atraso que seria levado ao governo pelo voto espontâneo da população.

O povo escolheu o seu governante, e aqui cabe a máxima de que cada povo é merecedor do governante que tem. A cidade acordou de ressaca, moral e festiva. Moral, pelo fato de os próprios correligionários do Sr. Castelo saberem que ele significa atraso, ignorância e arrogância. Posso afirma isso, por que já tive oportunidade de participar de reuniões no PSDB, e foi com uma péssima impressão desse coronel travestido de bom homem e pai de família correto, que a mascara de desenvolvimento e socialismo se desfez no discurso daqueles que pretendiam me lavar para esse rio de piranhas. Pois bem, quem assistiu a entrevista de Duda Mendonça ontem para a Rede Tv, pode confirma que o Sr. Duda Mendonça é uma cópia fiel daquele personagem (Castelo) que ele ajudou a construir. Com a arrogância peculiar de quem conviveu com o Sr. Castelo ele confirmou que ganha qualquer eleição tendo uma “boa quantia” de recursos, quem o diga o Sr. Castelo que desembolsou cerca de R$ 5 milhões. Mas, de onde saiu esse dinheiro? E ressaca festiva, por que só a direita, os que vivem com conforto comemoraram a vitória, aos pobres, miseráveis e infelizes fica a “esperança” de poder ter à mesa uma refeição de péssima qualidade, porém gratuita.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Na Ilha:

Hoje: Elza Soares faz show no Ceprama, às 21h. Beba-me, o show, terá a participação especial do maranhense Antonio Vieira, de cujo disco O samba é bom, ao vivo, produzido por Zeca Baleiro, a cantora participou, reverenciada por mestre Vieira como "uma das maiores cantoras do mundo". Ingresso: R$ 25,00.


Amanhã: Mestre Antonio Vieira é o convidado de seu grupo Urubu Malandro (Antonio Vieira: percussão; Arlindo Carvalho: percussão; Domingos Santos: violão sete cordas; João Neto: flauta; Juca do Cavaco; Osmar do Trombone) no projeto Clube do Choro Recebe, que completa 54 edições. A música ao vivo começa a rolar às 19h, no Restaurante Chico Canhoto (Residencial São Domingos, Cohama). Couvert artístico: R$ 5,00.

Amanhã também: Deu Pantin no Olho de Boi. Show com Herberth Luiz (que está finalizando Pantin, coletânea de músicas de sucesso em festivais) e Gildomar Marinho (que está finalizando Olho de Boi, selecionado no programa Cultura da Gente, do BNB). Participação especial de Jr. Schubert (violino). No Cantinho de Nanã (Av. Litorânea, Calhau), às 21h. Couvert artístico: R$ 3,00.

Domingo: o Choro Pungado (João Neto: flauta; Robertinho Chinês: bandolim e cavaquinho; Luiz Cláudio: percussão; Rui Mário: sanfona; Luiz Jr.: violões de seis e sete cordas e viola) faz show dentro da Mostra SESC Guajajara de Artes. Na Praça Nauro Machado (Praia Grande), de graça, às 20h.

Colaboração de Zema Ribeiro

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

ELA PARADA NA FRENTE DELE...

....era a imagem mais linda dentre todos aqueles vários cenários que se apresentavam naquele momento. Um olhar! Apenas uma troca de olhar fez com que o coração dele batesse mais forte e algo inexplicável tomasse conta de todo o seu corpo. Aquele momento parecia ter sido desenhado pelas mãos mais talentosas de todos os tempos. E era um instante tão poético, que sem que percebesse a sua memória estava perpetuando aquela extraordinária imagem. Uma linda sinfonia tomou conta de todo o espaço quando lindas melodias saíram daqueles lábios divinos. De tão perfeitos que eram, ele começava a ter a certeza que o ali continha escondido no mais inexplorado dos lugares o néctar digno dos deuses. Eram tantas sensações ao mesmo tempo que o seu corpo permanecia imóvel e todo o mundo ao redor não fazia mais nenhuma importância, pois o sonho de uma vida estava em sua frente. Conseguiu mesmo tropeçando nas palavras trocar algumas frases com aquela deusa. Mas, a vida mais umas vez exerceu o seu dilema sepulcral e, fez-se a máxima da realidade humana: A seleção natural...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

SEMANA CHE

Em comemoração aos 80 anos de nascimento de Ernesto Guevara de La Serna, o Che, vários países da América Latina, inclusive o Brasil, resolveram realizar a SEMANA CHE. O evento está sendo realizado em São Luís e está reunindo exposições; debates em escolas públicas; cursos; projeção de filmes e documentários, lançamentos de livros e um show musical de solidariedade a Cuba.
Ontem à noite aconteceu o lançamento do livro: Ernesto Guevara, também conhecido como “Che”, do autor Paco Ignácio Taibo II. Editora Expressão Popular. Após o lançamento do livro aconteceu show com César Teixeira e Célia Sampaio.

Confira a programação até o final da semana:

09 a 17 de outubro às 18h – Cine Praia Grande (entrada franca).
• Projeção de filmes e documentários sobre Che e as lutas dos países latino-americanos.

13 a 17 de outubro – Debates em escolas públicas.
• Colégio Liceu Maranhense (13/10)
• Centro Integrado do Rio Anil (14/120)
• Colégio Universitário (16/10)
• CEM Cidade Operária II (17/10)

17 de outubro – Feira do Livro (Praça Maria Aragão)
• 21h – “Show de Solidariedade à Cuba” com artistas da terra.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

ALGUMAS CRÔNICAS E POEMAS...


Agora foi oficializado que o brasileiro estar mais interessado com a própria aparência do que com o que come. Essa indústria da beleza está massificando essa tendência, que encontra legitimação em inúmeras campanhas que estão travestidas de um ideal bárbaro de beleza. Aos que aderem a essa nova moda, desejo-lhes muita sorte, pois irão precisar, já os que como esse blogueiro que vos escreve, sempre anda à margem de tal processo, o melhor mesmo é assistir a toda essa comédia pastelona de camarote.

SOBRE SEXO

Já ouvir muitas pessoas falarem que em mesa de bar só sai coisa que não presta. Por ser um freqüentador assíduo desse tipo de local, posso advogar em seu favor. As pessoas vivem travestidas de conceitos pré-estabelecidos e acabam falando de algo que não conhecem. Então, resolvi contar algumas conversas que tiveram como cenário um bar.
Semana passada estava tomando um chopp no bar ao lado da Faculdade. Faziam-me companhia dois amigos meus. Depois de alguns goles a mais de cerveja começamos a conversar sobre assuntos variados. Em um determinado momento a conversa passou para o campo do sexo. O que em princípio era só putaria, passou para uma discussão mais seria. Em alguns instantes nos encontramos envolvidos em uma questão antiga. A muito se fala de como homens e mulheres vêem o sexo propriamente dito. Éramos dois homens e uma mulher, mas apesar de sermos a maioria, não estávamos ali para ver quem era melhor e quem não era. Foi então que levantei uma questão:
- Por que o homem faz sexo e a mulher amor?
- Não, a coisa é diferente, as preliminares são mais importantes para a mulher do que a penetração propriamente dita (respondeu a minha amiga).
- Rapaz, eu prefiro ficar a noite todinha com a mulher só no estimulo sexual, sem penetração- Dito isso meu amigo tomou mais um gole e continuou- já passei noites com mulheres só fazendo isso, ambos nos masturbando um ao outro. Confesso a vocês que foi muito bom.
- Em relação ao que ela falou, vou dizer o que eu acho. A mulher faz sexo com a cabeça e o homem não, o homem é mais instintivo, o homem é mais o órgão sexual mesmo. A mulher começa a fazer sexo durante a sedução. No momento do primeiro beijo, em frases carinhosas, em carinhos, enfim, é quando a mulher se prepara para fazer amor. A mulher quer se sentir única na hora do sexo, daí o por que dela fazer amor e homem sexo.
- Você tem razão, esperamos ser únicas a todo tempo, mas principalmente na hora da intimidade, quando podemos fazer parte do mesmo corpo durante alguns minutos...
- É verdade! Desmentindo a Física, que fala que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço.
- Essa conversa ainda proporciona muita história, pena que já é tarde e temos que ir.
Pagamos a conta e fomos para casa, passei uma boa parte da noite pensando naquilo. Discutimos sobre um assunto que é complexo, nos demos o direito de invadir dois mundos diferentes, mas que se completam. Em mesa de bar rola mesmo de um tudo, até uma conversa sobre o universo que são duas galáxias diferentes.

BRIGAS...

Brigas, alguns dizem que sem elas o amor perde a graça. E essa teoria é sustentada por uma “simples” explicação: depois de uma briga o casal faz amor como se fosse a primeira vez, tamanho é o carinho com que ambos tocam seus corpos. Concordo com essa teoria: nada melhor do que uma boa noite de amor depois de uma fervorosa briga de casal.

Agora nada me deixa mais sentido do que o choro feminino. Quando, no auge da discussão, a mulher começa a soluçar e derramar lágrimas que parecem infinitas. Confesso que perco o chão quando isso acontece e esqueço até o motivo da discórdia. Passo então a fazer mimos e a tentar secar aquele rio de lágrimas que escorrem pelo rosto sempre belo de uma mulher.

Felizes das mulheres que choram no meio de uma discussão caseira, por que as que usam dessa arma sabem que dominam o homem. E como é bom ser dominado por uma mulher.


AMAR É...

João é um amigo que ama de forma incondícional uma mulher que passou na sua vida. Passo horas conversando com ele e sempre o nome dela aparece envolto em alguma cena. Semana passada estávamos ouvindo “Coração Vagabundo” de Caetano Veloso, que estava sendo interpretada por Gal. Olhei para meu amigo e observei seus olhos brilhantes e cheios de lágrimas, falei então – Chora João, quem ama tem que expor seus sentimentos – Ele virou na direção contrária a mim, e falou entre soluços – quem ama é doente! – Fiquei ali parado sem palavras, sem chão e sem saber o que pensar.
Passei toda a semana pensando naquilo que ouvi da boca de João, às vezes me pego pensando na hipótese dele ter falado aquilo sem pensar. Será? É, acho que ele sabia muito bem o que queria falar. Por que o amor é doença? Talvez essa seja a visão de muitas pessoas, mas outras vêem o amor como sendo um remédio para a solidão, que para muitos é um mal mortal.
Sei que me pego pensando horas nessa frase e cada vez formo uma opinião, mas quando por vez penso novamente na bendita frase, percebo que estava errado e outra vez fico sem rumo procurando explicações para o inexplicável. A verdade é que amar não é doença. Ser doente é ser dependente de outra pessoa, é ser egoísta com os sentimentos, é querer a pessoa amada só para si, é nunca imaginar-se sem o amante do lado, é impor a sua presença na vida de quem se ama, é sentenciar a pessoa amada ao seu convívio até a morte, é ter na pessoa amada a figura de uma pessoa pura, é querer que o amante seja a pessoa mais perfeita na terra. Isso é doença. Amar se restringe a uma única palavra – LIBERDADE!


CANÇÃO DOS BÊBADOS EXILADOS

Minha terra tem cachaça,
Que domingo bebo no bar;
Os bêbados daqui,
Não são iguais aos de lá.

Nossos bares têm mais licores,
Nossas bebidas têm mais sabores,
Nas serestas dessa vida,
O boêmio encontra amores.

Em beber, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem cachaça,
Que domingo bebo no bar.

Minha terra tem licores,
Que tais não encontro eu cá;
Em beber - sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem cachaça,
Que domingo bebo no bar.

Não permita deus que de cirrose eu morra,
Sem que eu volte a beber lá;
Sem que desfrute dos calores
Das meretrizes que não encontro por cá;
Sem qui’nda aviste as cachaças,
Que domingo bebo no bar.


TODOS OS BÊBADOS SÃO RIDÍCULOS

Todos os bêbados são
Ridículos,
Não seriam bêbados se não fossem
Ridículos.

Também fui em meu tempo um bêbado,
Como os outros,
Ridículo.

Os bêbados, se há cachaça,
Têm de ser
Ridículos.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca beberam
Na vida
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo beber como bebia
Sem dar por isso
Como um bêbado
Ridículo.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas farras
É que são ridículas

(Todas as cachaças esdrúxulas,
como os sentimentos esdrúxulos,
são naturalmente
ridículos).

MELHORES MOMENTOS DE XICO SÁ

A ARTE DA CANTADA PERMANENTE

A cantada, amigos, é como a revolução de Mao Tse-Tung, tem que ser permanente.
Existem mulheres que a gente canta no jardim da infância para dar o primeiro beijo lá pelos treze, quatorze.
Mas é necessário que a cante sempre, não aquela cantada localizada, neoliberal e objetiva, falo do flerte, do mimo, do regador que faz florescer, como numa canção brega, todos os adjetivos desse mundo.
A cantada de resultado, aquela imediata, é uma chatice, insuportável, se eu fosse mulher reagiria com um tapa de novela mexicana, daqueles que fazem plaft!
A boa cantada é a cantada permanente.
E mais importante ainda depois que rolam as coisas, depois que acontece, aí a cantada vira devoção, oração dos pobres moços a todas elas.
Porque cantar só para uma noitada de sexo é uma pobreza dos diabos, qualquer um animal o faz.
Porque cantar, à vera, é cantar todas e não cantar nenhuma ao mesmo tempo.
Explico: é espalhar pacientemente a devoção a todas as mulheres como quem espalha sementes nos campos de lírios.
Mesmo que elas digam, com aquele riso litografado na covinha do sorriso, que você diz isso para todas.
E claro que para cada uma dizemos uma loa, fazemos uma graça, não repetimos o texto, o lirismo, o floreado.
Porque amamos mesmo as mulheres.
Cantemos indiscriminadamente, e que me perdoe o velho e bom Vinícius de Moraes, mas cantemos sobretudo as ditas feias, esse conceito cruel e abstrato de beleza. Elas merecem, até porque as feias não existem, nunca conheci nenhuma até hoje.
Não por sermos generosos, piedade, ou algo do gênero... É que a dita feia, quando bem cantada, vira a superfêmea, para lembrar a bela pornochanchada com a Vera Fischer.
A cantada permanente e indiscriminada é irresistível, quando você menos espera, acontece o que você tanto sonhava.
Sim, tem que ter o cuidado para não ser simplesmente um chato que baba diante do melhor dos espetáculos, a existência das mulheres.
Ter que cantar sempre a mesma mulher e parecer que está apenas de passagem, que o estribilho é sempre novo, nada de larararás que mais parecem refrões do Sullivan e do Massadas, lembram dessa dupla de músicas chicletosas?
Ah, digamos que você cantou a Sônia Braga ainda naqueles tempos em que Gabriela subiu com aquele vestidinho no telhado –a cena mais quente da teledramaturgia brasileira até hoje- e e continuou cantando, sempre, sutil e sempre, e agora ela, passados tantos calendários, se comove e resolve recompensá-lo! Vai ser lindo do mesmo jeito, não acha? Na tela do nosso cocoruto vai passar o videotape de todos os desejos antigos e despejados no ralo pela morena cravo & canela.


CRÔNICA DA MULHER QUE BEBE E TIRA A ROUPA

Quem não tem na família ou no grupo de amigos uma mulher que bebe e tira a roupa atire o primeiro sutiã neste cronista.
É um clássico.
É uma das cenas mais lindas e chapantes da admirável e nada bucólica paisagem humana.
Porque não é nada simples, amigos.
Não é safadeza propriamente dita, não é aparecimento, não é um ato contra a moral e os bons costumes.
É o grau zero e máximo da beleza, meu caro Jommard Muniz de Brito.
Está mais para o sagrado, mas isso também é pouco, não explica direito.
É bonito, pronto, nada decifra, me devore como uma loba em pele de gata em teto de zinco quente.
É como se batesse um miserável calorzão da existência a pedisse o mais natural dos gestos de uma fêmea.
É como uma índia a caminho do afluente amazônico mais próximo.
Como Iracema a se banhar na gruta de Ubajara para refrescar-se e pensar um pouquinho na vida. Pense na falta de preocupação naquele tempo! Nem pensava que no futuro ia dar tanta dor de cabeça aos jovens nas questões vestibulandas alencarinas. “Me erra, não me interpreta”, cismaria a bela índia.
É agora, uma mulher que bebeu mais uma dose vai tirar a roupa. Porque a gente pressente, a terra gira mais avexada, o olho prescreve o belo episódio, blow up, depois daquele strip. Momento sublime movido a fome de viver e álcool.
E quando sobe na mesa é mais lindo ainda.
E a cara do marido tentando apagar aquele incêndio iluminado?
Um Deus nos acuda.
Quando a mulher tem filhos, só se ouve o sussurro do menino agoniado do juízo, no meio do burburinho, da confusão, do banzé: “Mãe é doida mesmo!”
Porque ver a mãe pelada no meio da festa dura para o resto da vida. Não tem divã nem macumba que curem mais o juízo. Mais mil anos de análise, como diz meu amigo Adão Iturrusgarai, agora habitante dos Buenos Aires.
Para quem não é filho ou marido é quase invisível, de tão sagrado, o corpo de uma mulher que tira a roupa na frente do mundo todo e de todo mundo.
E normalmente a mulher que tira a roupa é uma pudica, veste-se mais comportada do que Maria Antonieta.
É um longo e demorado strip-tease. Se brincar ainda usa combinações, anáguas,
Só sei que é lindo demais o tresloucado gesto. Tenho uma amiga que é duas cachaças, com umbu ou caju de tira-gosto, e uma peça de roupa que avoa longe lá no bar do Sargento do Pátio de São Pedro.
Os cafuçus ficam só na botica, na espreita, na tocaia grande, pense, meu caro Rodin, pense!
Melhor ainda é a mulher que tira a roupa cantando uma música cafona, como as lobas, deusas e ninfetas do livro de Thiago de Góes. “Esta noite, eu vou fazer de conta que sou livre. Eu vou viver a vida que ele vive, e depois eu posso até morrer”, canta a desalmada, um clássico de Diana, a mitológica.
Como é lindo uma mulher que bebe e tira a roupa em público, noves fora qualquer moralismo, como é lindo, e priu, e pronto!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

BEZERRA DE MENEZES, O FILME


Estreou deste de 29 de agosto, nos cinemas brasileiros, o filme que conta a vida de um ícone do Espiritismo brasileiro: Bezerra de Menezes. O filme começou a ser exibido sem grandes propagandas de promoção. Os críticos ficaram meios arredios com relação ao longa metragem. Isso explica-se pelo fato de estar se colocando em pauta um assunto que ainda é tratado com uma certa dose de preconceito. O Espiritismo ainda é visto como uma doutrina coberta de charlatões, que usam da fé das pessoas para adquirirem fama e bens materiais. No entanto, essas pessoas que criticam o Espiritismo pouco fazem para entender o verdadeiro sentido da doutrina. É necessário que as pessoas se desfaçam de seus preconceitos e possam ir para os cinemas apreciar esse filme que vem chamando à atenção de muitas pessoas pelo país.

A direção do filme é dos cineastas cearenses Glauber Filho e Joe Pimentel, o que pode explicar a atitude da crítica em relação ao filme, pois não é uma produção do eixo Rio-São Paulo. O filme nos mostra a vida de Adolf Bezerra de Menezes, um homem que teve a trajetória marcada pelo amor e pela caridade. Trata-se de um homem que fez de sua vida, em todas as formas, um meio de ser útil ao próximo e ao seu país, seja na vida política voltada sempre às causas humanitárias, como médico dedicado, conhecido por jamais negar atendimento a quem quer que fosse, ou ainda como um adepto do Espiritismo e um dos responsáveis pela fundação da Federação Espírita Brasileira. Ainda hoje, segundo os espíritas, é possível contar com a presença desse iluminado espírito, que no plano espiritual, orienta e auxilia com as suas mensagens confortadoras e com o interessante trabalho voltado para o bem.

O filme está em cartaz no Cine Box, em São Luís.

Ficha Técnica
Classificação: Ficção (longa-metragem)
Duração do filme: aprox. 75 min

Bezerra de Menezes: Carlos Vereza
Bezerra de Menezes Jovem: Magno Carvalho
Bezerra de Menezes Criança: Lucas Ribeiro

Antonio Adolfo Bezerra de Menezes: Cláudio Raposo
Dona Fabiana: Juliana Carvalho

Maria Cândida: Mirelle Freitas
Cândida Augusta: Alexandra Marinho

Irmã de Bezerra de Menezes: Ana Rosa
Soares: Everaldo Pontes
Cunhada de Bezerra de Menezes: Larissa Vereza

Líder do centro espírita: Lúcio Mauro
Senhor Materialista: Pedro Domingues

Doutor Leopoldino: B. de Paiva
Hermínia: Taís Dahas
Pai de Hermínia: Fernando Piancó
Mãe de Hermínia: Ana Cristina Viana
Maria do Carmo: Cristiane de Lavôr
Padre exorcista: Rodger Rogério

Pedinte: Renato Prieto
Freire Alemão: WJ Solha
Altino: Robério Diógenes
Estudante: Romário Fernandes
Mãe aflita: Andrea Piol

Deputado Gaspar Drumond: Fernando Teixeira
Deputado Andrade Figueira: Rutílio Oliveira

Médium João Gonçalves do Nascimento: Tarcísio Pereira
Médico Mário Lacerda: João Dantas

Senhora: Nanda Costa
Farmacêutico: Fernando Catoni

Participação Especial:
Militar: Caio Blat
Militar: Paulo Goulart Filho

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Por que defender a RCTV?



Quem já esteve na Venezuela, sabe muito bem: liberdade de opinião é tudo o que há. Nas rádios e emissoras de televisão comerciais, o presidente Hugo Chávez é xingado, humilhado, destratado e desmoralizado. As palavras usadas pelos jornalistas são de uma violência sem par. E ainda assim, ali estão, eles e elas, a disseminar suas diatribes, sem que ninguém os impeça.

Não há censura de espécie alguma. Os grandes jornais fazem oposição ao governo, ou melhor, a Chávez, usando argumentos que muito mais ofendem a pessoa do presidente do que o governo em si. É um negócio inimaginável em qualquer outro país do mundo. Se isso acontecesse nos Estados Unidos, por exemplo, duvido que os jornalistas não fossem presos ou banidos para sempre. Pois na Venezuela eles estão livres para falar.

Agora, o governo decidiu uma coisa que também acontece no chamado "mundo livre", todos os dias. Não vai mais renovar a concessão de uma rede de televisão do país, a Radio Caracas Televisión, alegando que a mesma não cumpre a lei. E o que diz a lei? Que as redes de televisão, assim como as de rádio, são um serviço público e, como tal, devem servir à população com informações de interesse de todos, e não só de alguns. É uma lei muito parecida com as leis dos demais países do mundo, inclusive do Brasil. Pois a RCTV é uma rede de televisão que existe há mais de 50 anos, sempre na linha da desinformação, tal e qual qualquer outra emissora de TV alinhada aos interesses do grande capital. A RCTV, assim como a Venevisión, é uma rede que muito mais funciona como uma corrente de transmissão da ideologia do american way of life do que qualquer outra coisa. Uma máquina de propaganda, como muito bem já analisou o teórico Noam Chomsky. Aqui, no Brasil, poderíamos colocar como análoga a Rede Globo, por exemplo.

Mas, os motivos que levam o presidente Hugo Chávez a não renovar a concessão vão muito além do que uma possível represália, como dizem os parceiros da mídia-irmã, como o Jornal Nacional, da Globo, ou a CNN, braço armado da informação estadunidense. Num extenso documento chamado "Libro Blanco sobre RCTV", o Ministério do Poder Popular para a Comunicação e Informação da Venezuela explica em detalhes os porquês da não-renovação da concessão. Além de mostrar como se conforma o sistema comunicacional no país – monopólico, antidemocrático e concentrador –, o documento esmiúça todas as ilegalidades que a RCTV vem cometendo há muito tempo.

Prazo de 20 anos

Na Venezuela, 78% das estações de televisão estão em mãos privadas, contra 22% do setor público. Na banda de UHF, o número sobe para 82% no setor privado, 11% no comunitário e 7% no público. Seis grandes grupos tomam conta de quase tudo o que o venezuelano vê e ouve – e isso mesmo depois da promulgação da nova lei que regula os meios de comunicação, buscando mais participação comunitária. Os mais poderosos são os da RCTV e o da Venevisión. Juntos, controlam 85% das verbas publicitárias e têm 66% do poder de transmissão.

O grupo que controla a RCTV é o das empresas 1BC, nascido em 1920 e incrementado em 1930 com verbas e tecnologia da RCA. A TV existe desde o início dos anos 50 e tem, hoje, entre seus acionistas, uma empresa com sede em Miami, EUA, a Coral Pictures. Não é sem razão que, segundo estudos do Instituto Nacional del Menor, 67% dos programas transmitidos são de produção estrangeira e metade da programação – cerca de 52% – é de anúncios publicitários. Da programação local, muito pouco representa a vida real do país. Os programas de auditório, as telenovelas e outras produções representam, no mais das vezes, a Venezuela branca e rica. A massa de trabalhadores, os indígenas, os negros, geralmente só aparecem em programas policiais. Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência.

A idéia de concessões públicas começou a ganhar corpo na Venezuela no final de 1875, quando o governo se viu diante da necessidade de controlar as riquezas naturais, mais particularmente o petróleo. Depois, essas concessões foram se espraiando para o campo da mineração e das comunicações. Quando nasce a primeira rádio, em 1923, é o estado quem outorga a permissão. Desde então, o governo vem ditando leis para regular o setor. A última delas, antes da lei Resorte, promulgada no governo Chávez, datava de 1941 e dizia que uma concessão não podia durar mais que um ano, sendo renovada apenas se o interessado cumprisse com a legislação. Essa lei só veio a ser atualizada em 1986, através de um decreto presidencial que esticou para 20 anos o tempo da concessão. Passado esse tempo, o Estado pode então revisar o contrato e decidir se a emissora continua com a permissão.

Notícias falsas e censura

Com a Lei Orgânica de Telecomunicações – aprovada em 2000, já no governo Chávez – nasce um novo regime de concessões. Mas essa nova lei garantiu que as autorizações estabelecidas pelo decreto de 1986 e suas respectivas regras fossem mantidas, caso os prazos fossem respeitados. Isso significa que todas as emissoras que tiveram concessão naqueles dias puderam continuar operando, contando, a partir dali, o prazo de 20 anos. Agora, em 2007, esse prazo está esgotado e daí a revisão de cada uma delas, já dentro dos critérios da nova lei. Até aí, nada de ilegal ou de falta de liberdade de expressão. Apenas a correta adequação a uma nova situação, fruto de uma mudança significativa no conteúdo do que seja um serviço público, capaz de "permitir o acesso universal da informação".

Na nova lógica da lei das comunicações venezuelanas, aquele que detém o controle da empresa não é o dono da mensagem. Ele tem por obrigação garantir a pluralidade das vozes, a democratização das idéias e a participação popular. Portanto, na avaliação do governo da Venezuela, a RCTV, terminado o seu prazo de concessão, não atende aos requisitos básicos para continuar gerindo um bem público. E por quê? Porque desde sempre a emissora manteve a política de informar apenas um lado da questão: o que interessa ao grande capital.

Segundo o relatório governamental – disponível na internet –, a RCTV, durante o golpe que tentou tirar Hugo Chávez do poder, difundiu notícias falsas, impediu a fala de pessoas do governo, fomentou a violência, negou-se a divulgar opiniões que eram favoráveis ao governo e não mostrou qualquer ato de mobilização dos partidários de Chávez.

Controle por corte de verbas

Também no episódio da paralisação dos petroleiros, organizada pela Fédecamara (instituição empresarial) e a Confederación de Trabajadores de Venezuela, a RCTV usou atores profissionais e fabricou imagens visando a falsear a realidade e incitar o terror. Naqueles dias, a emissora foi alvo de investigações por parte do governo e todas essas questões foram comprovadas. Não bastasse isso, também foi detectada a evasão de tributos por parte da rede, débitos com funcionários e o uso de imagens de crianças para disseminar o ódio ao governo de Chávez. Todo o dossiê com essas informações está disponível na rede mundial de computadores [arquivo PDF; 8,69 MB].

O fato é que todos esses argumentos não estão sendo divulgados nas reportagens que são feitas sobre a não-renovação da concessão. Tudo o que se diz é que o governo Chávez está censurando, reprimindo e impedindo a livre expressão. Os fatos acima citados mostram que a coisa não é bem assim. Há que observar todos os pesos da balança.

O pensador estadunidense Noam Chomsky há muito tempo prega que as pessoas do chamado "mundo livre" deveriam ter à disposição um curso de autodefesa intelectual. E ele não diz isso à toa. É por ser um estudioso sistemático do modelo de comunicação estadunidense – o maior criador de ilusões que já se viu e que, não por acaso, estende seus tentáculos por toda a América Latina. Segundo Chomsky, quando o governo dos Estados Unidos fala em democratização da comunicação, esse discurso é totalmente desprovido de significado porque lá o cidadão comum não tem qualquer possibilidade de controle sobre o que é divulgado.

Os únicos interesses que importam são os do governo e os das grandes corporações. Controlam tudo. Quando, por algum motivo, as redes de TV ou jornais, principiam a falar de algum tema que seja contra as políticas governamentais, esses meios são "censurados" pelo imediato corte de verbas. E, ao que parece, não há ninguém na CNN ou na Globo gritando contra isso.

O poder de los de abajo

Nos Estados Unidos, denuncia Chomsky, os interesses das maiorias sempre foram considerados uma "ameaça à democracia" e quem os divulga fica marcado para sempre. Na "terra da liberdade" só têm curso livre as informações que dizem respeito aos interesses nacionais, e aí leia-se: dos bancos, das grandes empresas, do governo. Nada a ver com o povo. A desinformação é o prato do dia, servido sem que nenhum organismo de imprensa se levante em repúdio. Mentiras são divulgadas à exaustão, como a das armas químicas no Iraque, e ninguém pede provas. Pelo contrário. A notícia é disseminada por todos os países e as redes de imprensa a reproduzem como se fosse a verdade absoluta.

"Para os EUA, quando as grandes empresas perdem o controle da comunicação, então aí está uma violação da democracia", diz o teórico estadunidense. E conta ainda sobre uma rede de TV daquele país que, por ter divulgado uma reportagem sobre a compra de terras por multinacionais nos países do terceiro mundo, teve toda a verba publicitária cortada. Motivo: a notícia era antiestadunidense, o que mostra muito bem que as multinacionais têm pátria, sim. Mas, estas informações não chegam ao grande público e ninguém parece enquadrá-las como antidemocráticas ou como uma barreira à liberdade de expressão.

O certo é que aquilo que ameaça ter um cheiro de povo, de uma participação em que o protagonista é o povão, acaba tornando-se altamente incomodativo. As grandes redes na Venezuela, acostumadas a colonizar as mentes da população com um mundo alienígena, começam a perceber que os ventos sopram de outra direção. Enquanto os apoiadores da RCTV aparecem nas telas da CNN clamando pelo direito de verem suas novelas e programas de entretenimento, os que ajudaram a escrever a nova lei de comunicação querem ver brotar uma nova televisão. Que seja capaz de dar conta da pluralidade das gentes venezuelanas, que abrigue produções nacionais, comunitárias, que informe com o maior número de lados da verdade, que forme, que traga os aspectos culturais do seu povo, que assegure a participação popular.

De qualquer modo, essa é só mais uma batalha da luta de classe que se explicita no processo bolivariano. O poder de los de abajo contra as grandes corporações. Um capítulo paradigmático, visto que serve de exemplo para as demais emissoras com concessão a vencer. Na Venezuela, a iniciativa privada pode expressar-se e viver em paz, desde que cumprindo com o que diz a lei soberana, fruto da vontade do povo, pois como se sabe, ali qualquer lei pode ser alterada pelo poder popular. Assim, o que se vê nas telas das televisões dos países amigos dos EUA nada mais é do que a velha jogada ideológica de tirar por diabo toda e qualquer pessoa que não diga amém ao capital. Mas, quem pensa por si mesmo, pode chegar a outras conclusões...

Por Elaine Tavares
(Jornalista do OLA – projeto de Observação e Análise das Lutas Populares na América Latina)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Oligarquia Sarney: Derrota Final de um Grupo Político?

A população do Maranhão está cansada das manipulações, dos insultos e da baixa política que caracterizaram as ações desse grupo durante muitos e muitos anos. Além, obviamente, da falta de interesse público, do patrimonialismo eda falta de compromisso com os interesses maiores do Maranhão.

O povo maranhense cansou ainda da pobreza, da exclusão social, do analfabetismo, da mortalidade infantil, do pior IDH do Brasil, da menor renda per capita entre todos os estados. Cansou da falta de colégios, do desleixo com a educação e a saúde, da ausência de água nas casas, das casas de taipa cobertas de palha, da falta de oportunidades para os jovens. Cansou de ver que os donos do grupo boicotavam a vinda da refinaria, da siderúrgica que estava certa de vir com a assinatura dos documentos em Shangai, e passou a ser postergada para quando Roseana Sarney assumisse o governo, como era o desejo de seu pai, José Sarney. Cansou de ver que eles tentavam tirar o corpo fora do boicote à vinda da siderúrgica, tentando jogar a culpa do atraso nos governos contrários a eles e que lutaram muito para que esses empreendimentos viessem para cá.

Da mesma maneira, o grupo comandado por Sarney lutou nos subterrâneos do Congresso para que não fosse aprovado o empréstimo do Banco Mundial para combate a pobreza. Até que tiveram que botar a cara de fora na histórica sessão do Senado que aprovou o projeto. Esse processo foi a gota que faltava para transbordar finalmente a indignação com a atitude contrária ao Maranhão que o grupo sempre usou nos assuntos fundamentais do estado.

Esses fatos, denunciados à época, foram fundamentais para a formação do ambiente contrário aos Sarney que veio a tona em 2006 na derrota de Roseana Sarney nas últimas eleições para governador, fato histórico e fundamental para o futuro do Maranhão.

A derrota gigante foi mascarada pela atribulada vinda do presidente Lula a Timon , atendendo súplicas do senador José Sarney, que tentava salvar a sua filha da derrota humilhante, jogando todas as suas fichas no Lula. Burlaram a lei eleitoral e partiram para um frenesi de telefonemas com gravações do Lula pedindo votos para Roseana. A grande maioria dessas ligações foi dirigida a pessoas cadastradas no programa Bolsa Família, pessoas simples dos povoados. Um locutor treinado ligava para os orelhões e o primeiro que atendesse era instado a dizer o seu nome e em seguida o locutor dizia que era com ele mesmo que Lula queria falar. Entrava, então, a gravação do presidente, pedindo votos em Roseana e o estupefato incauto, paralisado pela gravidade do momento ouvia o locutor, em seguida, dizer -lhe que a candidata do Lula queria falar com ele. E entrava outra gravação, desta feita, com Roseana, que dizia que o presidente queria que ela fosse a governadora etc. Esse gesto político desesperado, aproveitando-se de pessoas de bem, simples, e esmagadas pelo inusitado, falando com o presidente da República, nos tirou, segundo pesquisas da época, mais de 200 mil votos. Não deu para Roseana ganhar a eleição, mas diminuiu o tamanho da surra.

Hoje está explícita a grande rejeição do grupo Sarney, principalmente nas grandes cidades, onde a população goza de melhor nível de instrução. Em São Luís, por exemplo, nunca o grupo Sarney foi tão desimportante. Nenhum candidato ligado ao grupo e concorrendo por partidos que ainda os apóiam ultrapassa 5% de intenção de votos, conforme pesquisas recentes já publicadas pelos jornais. Vejo pessoas como Cutrim, por quem tenho respeito, abandonado à sua própria sorte, porque acreditou na lábia dos mandões. Os outros todos foram para o sacrifício e, com grandes prejuízos políticos futuros, vêem seus prestígios minguarem rapidamente. Dizem até que Gastão, importante deputado, que não passa de 1% nas pesquisas , está na disputa para atender Sarney, que o colocou lá apenas para tentar evitar que Lula venha ao Maranhão participar de comícios com Flavio Dino. Que coisa!

O grupo Sarney está distribuindo um dossiê contra Jackson Lago aos jornalistas dos grandes jornais do sudeste, tentando criar uma imagem negativa sobre o processo de cassação que os mesmos patrocinam contra o governador. Como os jornalistas não conhecem a nossa realidade acabam por embarcar nessa canoa furada. A Folha de São Paulo deu espaço em suas páginas para o que acreditou ser verdade. Juntaram ao dossiê relatórios preliminares de auditorias, ainda sem contestação, de auditores do TCE, feitas em 2007. Lá é dito que muita coisa não tinha sido feita como uma Maternidade em Caxias, que já está inaugurada há algum tempo e é uma das melhores do Maranhão, por exemplo. O dossiê, como todos os que eles elaboram, são criados para iludir e formar impressão desfavorável de seus inimigos políticos. É fajuto como todos os outros.
Reaja, governador, faça o contra-dossiê e desmascare esse grupo.

Artigo retirado do site do Centro de Mídia Independente

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ato pífio na Praça Deodoro

O dia de ontem (17) era para ser de intensas mobilizações políticas. E isso por conta das comemorações dos 29 anos da Greve de 79. Entretanto, a data não passou de um dia sem nenhuma expressão política que lembrasse a bravura dos jovens que brigaram pela meia passagem no final da década de 70.

Um grupo de pelegos que há anos estão no comando dos “grupos estudantis” de São Luís, estão cada vez mais contribuindo para que a juventude continue alienada. Digo isso, respaldado no que presenciei na Praça Deodoro. Era deplorável um amontoado de jovens bebendo e consumindo drogas. Uma enxurrada de mentes vazias que nem sequer conseguem perceber a dimensão do que foi a Greve da Meia-Passagem.

Essa realidade é culpa dos pelegos que controlam as entidades estudantis? É culpa dos jovens que não se interessam por política? Na verdade é culpa de todos nós. É idiotice afirmar uma certa aversão à política, mesmo por que vivemos a política nos seus mais diversos espaços. Até o ato de ontem era um ato político, apesar deste blogueiro achar tudo aquilo uma grande afronta à imagem e à memória de todos que sofreram a repressão no período da Greve de 79. E como poso afirmar que aquilo que aconteceu ontem era um ato político? Partindo do princípio de que as pessoas que ali estavam, abdicaram do direito de protestar sobre a ameaça de termos novamente o que há de mais podre na política local.

Para ratificar que os líderes estudantis atuais são pelegos, o Jornal Pequeno, estampou hoje a manchete: EM 2006, MOVIMENTO ESTUDANTIL FEZ ATO EM DEFESA DE JOÃO CASTELO: Os “cabeças” das entidades inclusive afirmaram que o ex-governador não mandou espancar estudantes durante a greve de 1979. Mesmo sabendo que o Jornal Pequeno é um reduto psdbista, não posso negar que o que foi dito ali é fato, e contra fato não há argumentos. Gostaria muito que esses pelegos, que estão apenas se perpetuando na direção de entidades sem razões políticas para lutar, pudessem desmentir o que até agora está explicito aos olhos daqueles que se ocupam ao menos a ver essa farsa com olhares mais críticos.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

SERÁ QUE A HISTÓRIA VAI SE REPETIR?

A máxima da história é que os acontecimentos continuam sendo os mesmos, porém com atores diferentes. Há 29 anos, os estudantes de São Luís foram às ruas protestar contra o aumento abusivo das tarifas nos coletivos. A manifestação tinha o cunho pacifista e se concentrava em contestar o abuso de poder praticado pelo então prefeito de São Luís, Nunes Freire. Entretanto, o movimento que nasceu nos corredores da UFMA acabou sendo percebido pelas autoridades como um ato subversivo contra o Estado.

Para o Governo era preciso acabar com aquela “célula rebelde” que estava nascendo na (re)vivida Ilha Rebelde. Os estudantes fizeram uma imensa mobilização e colocaram milhares de jovens na Praça Deodoro. O objetivo era tentar uma reunião com o então Governador Biônico do Maranhão, João Castelo, que na ocasião colocou a polícia nas ruas para censurar (usando da força) qualquer tipo de manifestação que perturbasse a ordem normal da cidade. Com a celebre frase: a polícia está na rua para decidir. O Governador biônico deu aval para que a barbárie fosse praticada contra os “agitadores comunistas”, que estavam sendo comandados por subversivos que vinham de outros países.

Foram dias de intensos atos de repressão por parte do Governo do Estado contra a Greve dos Estudantes, muito foi dito para justificar os atos abusivos da polícia, porém os estudantes continuaram com a linha de movimento pacífico, que contestava o aumento abusivo das tarifas nos ônibus e propunham a concessão imediata do direito de meia-passagem para todos os estudantes da capital do estado.

Após uma intensa onda de barbaridade que já ultrapassava os limites do Maranhão, o Governador resolveu conversar com os estudantes e conceder o direito à meia-passagem. O saldo de toda essa batalha, foi uma imensidão de estudantes feridos, presos, torturados e humilhados pela polícia que estava a serviço do Governador Biônico do Maranhão. A Ditadura Militar foi um período negro na vida sociopolítica do Brasil, mas serviu para aflorar nos corações jovens e descontes com a atual situação o sentimento de patriotismo e a necessidade de uma maior discussão sobre o cenário político mundial.

A Greve de 79 não foi apenas um movimento pelo direito da meia-passagem. Foi a sinalização de um ato que propunha uma caminhada ainda maior e que (per)dura até hoje. A guerra pela manutenção dos direitos dos estudantes é uma constante na realidade social do Brasil. E, em ano de eleições, é necessário conhecermos os atores da política atual, muitos dos quais já estão no cenário há várias décadas. Se já está ratificado que a história se repete, bem que o povo poderia fazer renascer o espírito rebelde de 29 anos atrás e dizer não à ditadura que está querendo se instalar em São Luís. É necessário sepultar o que ainda resta desse período podre da história do Maranhão. Para isso é necessário exorcizar a ameaça de 2009 se (re)transformar em 1979. Que a história dessa vez obedeça a um outro caminho e não nos pregue a peça de ver depois de trinta anos o sinônimo da ditadura ainda insepulcro no poder.

Nielsen Furtado
Jornalista

DVD de despedida do Los Hermanos eterniza bons momentos da banda


O terno e a gravata justificam o momento solene. Marcelo Camelo, ainda que um pouco desengonçado, entoa os primeiros versos de "Dois barcos". "Aponta pra fé e rema", diz a canção, escolhida para abrir o último show do Los Hermanos antes de uma pausa por período indeterminado. A apresentação, que lotou a Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, no dia 9 de junho de 2007, deu origem a um registro ao vivo com 26 músicas – cinco canções gravadas na apresentação do dia anterior compõem os extras.

"Primeiro andar", que vem na seqüência, descortina a contribuição de Rodrigo Amarante, que ao longo de uma década de carreira passou de guitarrista e backing vocal (quando não dava uma palhinha na flauta) a compositor de faixas essenciais na discografia da banda, como "O vento" e "Sentimental", também incluídas no DVD. Estão lá, ainda, o tecladista Bruno Medina e o baterista Rodrigo Barba, peças fundamentais desse equilibrado quarteto.

Se Camelo encarna uma espécie de Ivan Lins roqueiro, Amarante quebra o protocolo com vocais bêbados e coreografia debochada. Quando se vê a banda no palco, fica difícil pensar em muitos outros grupos com o mesmo potencial de entrosamento e criatividade. Da radiofônica "Anna Júlia" à rara "Pierrot", suas músicas pintam um panorama alegre do que um dia foi a música pop brasileira.

A aparente fragilidade cantada em letras como "O vencedor" encontra eco numa platéia invariavelmente descrita como fanática, que canta junto cada estrofe como se fosse a última – nesse caso, é.

"Los Hermanos na Fundição Progresso" – que também originou um álbum com o mesmo nome – é o registro de um momento raro. Não só mata as saudades dos fãs, um ano depois, como deixa escancarada a maturidade de quatro indivíduos que curtem o que fazem (ou curtiram) e não estão lá muito preocupados em simplesmente manter as aparências (e a conta bancária).

Pena que o material não transmita a contento a efervescência do público, que assim como a própria banda, fazia dos shows do Los Hermanos uma experiência sempre interessante.

Lígia Nogueira, G1

terça-feira, 9 de setembro de 2008


... e mais uma vez ele estava confuso com as situações que a vida lhe apresentava. Sempre teve a convicção de que era uma pessoa feliz no amor. Tinha uma linda mulher, uma relação sólida e feliz. Mas, a vida com as suas travessuras acabou colocando em seu caminho uma semente da paixão. Era uma coisa inexplicável, quase sem controle, que consumia os pensamentos mais utópicos. Era simplesmente uma enxurrada de emoções e fantasias que acabavam por mascarar a vida além mar. Uma vida muito diferente desse mundo criado por essa paixão. Sentimentos arrebatadores chegam e vão com muita intensidade, porém, acabam deixando marcas profundas de amor ou de ódio. E a vida como sempre aprontando as suas diabruras, mas ao final de toda essa epopéia, ele há de ficar com uma lembrança dela e ela há de levar uma lembrança dele...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

As mulheres ainda são minoria na política brasileira

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgou que nessas eleições, dos 379.176 candidatos inscritos, 298.236 são homens e apenas 80.850 são mulheres. Mesmo com toda as campanhas publicitárias incentivando as mulheres a entrarem de vez no cenário político brasileiro, concorrendo para todos os cargos do legislativo e executivo.

A região nordeste tem o maior número de representantes do sexo feminino nas eleições para o executivo municipal, com 667 mulheres inscritas, além de ter a única cidade do país onde a participação feminina é superior à masculina. Essa cidade é Grande Triunfo, localizada a 344 Km de salvador, Bahia, onde 18 dos 33 candidatos a compor a Câmara Municipal são Mulheres.

No Maranhão, não é diferente do resto do Brasil. As mulheres representam maioria dos eleitores e a minoria das candidatas: são 50,9% do leitorado e 23,6% do total de candidaturas, entre prefeito, vice-prefeito e vereador. Apesar de que, na capital maranhense não haja candidatas ao cargo de prefeita, no interior do estado a situação é diferente. Há cidades em que somente mulheres disputam a prefeitura. Em Lago da Pedra, no oeste do estado, por exemplo, a prefeitura está sendo disputada por duas mulheres. Mesmo assim, o número de candidatas ainda supera a média nacional, que é de 21,6%.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

UMA PEQUENA CRÔNICA SOBRE O AMOR.


“E aí você surgiu na minha frente, / E eu vi o espaço e o tempo em suspensão. / Senti no ar a força diferente / De um momento eterno desde então. / E aqui dentro de mim você demora; / Já tornou-se parte mesmo do meu ser. / E agora, em qualquer parte, a qualquer hora, / Quando eu fecho os olhos, vejo só você. (..)”. As mãos começavam a suar e o os olhos denunciavam que o coração estava morrendo. Aquela música ao fundo, a mesma que tocou no dia em que se conheceram. Todas aquelas lembranças traziam uma sensação nostálgica de um período bom. Era engraçado! Mas, apesar da distância, ele podia sentir o sabor do seu beijo, o aconchego do seu abraço e a suavidade dos seus carinhos. Ele tinha a certeza que ela sentia o mesmo e que as intempéries da vida, acabaram por afastá-los.

A necessidade de estar perto fazia com que o peito ficasse cada vez menor e, uma dor inexplicável toma-se conta de todo o seu ser. Naquele momento, tinha a necessidade de escutar bem de longe um sussuro da sua voz. Pensava em como poderia fazer para encontrá-la mais uma vez, em que situação poderia agir sem ser percebido por outras pessoas. Amar desse jeito é algo impossível de ser compreendido por um coração que nunca se aventurou no mar brabo e tenebroso que faz parte do oceano da paixão. Amar é a procura por uma necessidade que está escondida no mais inócuo e escuro dos lugares do eu interior e, faz com que as pessoas sintam a frenética necessidade de estarem juntas.

É muito curto o espaço que separa dois corações que se completam, que se uniram no matrimônio surreal do mais puro amor. Amor esse que promete romper as barreiras do infinito e sobreviver além-vida. Paixão para sempre, paixão de conto de fadas, paixão pura e inocente, paixão divina, paixão para ser vivida e explicada pela junção única e inexsorável de seres nascidos para o ato mais sublime da vida humana. O amor!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O que você faria se não houvesse amanhã?

DEPOIS DE VÁRIOS PEDIDOS, RESOLVEMOS FAZER NOVAS POSTAGENS ANTES DO DIA DA ELEIÇÃO. CONTINUEM ACESSANDO O NOSSO ESPAÇO. UM GRANDE ABRAÇO A TODOS.
Oi,
Olha já estou selecionando textos para vc colocar em seu blog...
No sei se achas interessante, mas, eu gosto e acho que podefazer bem a quem lê.
Beijos, Olha, só é pra colocar se vc achar legal.
Por Fran Christy
O que você faria se você descobrisse que este é o seu último dia de vida? Alguns respondem que passariam o dia com seus entes queridos, outros que diriam a todos tudo aquilo que ficou engasgado na garganta durante uma vida inteira. Algumas pessoas dizem que fariam algo que sempre quiseram fazer, mas nunca tiveram coragem. De qualquer forma, o que você faria em seu último dia de vida é provavelmente algo que você não está fazendo agora.

Quando pensamos na finitude de nossa existência, nos lembramos das coisas que são realmente importantes para nós. Hoje poderia realmente ser o último dia de vida para qualquer um de nós. Por que não priorizamos então o que é de fato importante, ao invés de deixar “tudo para o último dia”? Por que nos sujeitamos a uma vida sem sal, sem graça, nos alimentando na esperança de que o futuro será melhor?

Diversos fatores sociais e psicológicos contribuem para esta condição. Apesar de “filosoficamente romântico”, viver a vida adoidado como se não houvesse amanhã não é muito prático. Além disso, nós sabemos que a probabilidade de que haja um amanhã é infinitamente maior do que a probabilidade de que realmente hoje seja o nosso último dia na Terra, e aí, quem se responsabilizará pelas consequências de nossas ações espontâneas?

Um outro fator são os famosos ganhos secundários. Não dizemos tudo o que queremos para aquela pessoa insuportável no escritório porque temos certos ganhos com isso, seja simpatia, um favorzinho aqui e ali ou a economia de um bate-boca que talvez não estivéssemos dispostos a começar.

A preguiça e a procrastinação têm sua raiz na esperança. Se acreditamos que teremos tempo no futuro para lidarmos com o que não queremos lidar agora, nós simplesmente deixamos para depois. A esperança mantém acessa uma expectativa de que tudo será melhor no futuro.

Não somos muito bons em percebermos a passagem do tempo. Sempre achamos que o futuro será melhor e esta expectativa se torna permanente. O futuro “melhor” nunca chega, mas não percebemos o truque, continuamos a esperar por ele, enquanto isso vamos fazendo coisas sem importância, passando o tempo, aguardando pela oportunidade de fazer algo mais significativo com nossas vidas, até o dia em que realmente… não há mais amanhã!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

DEVIDO AO PERÍODO ELEITORAL, AVISAMOS QUE O BLOG SÓ VOLTARÁ DEPOIS DAS ELEIÇÕES. UM GRANDE ABRAÇO A TODOS.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Educação, academia e baboseiras

Por Gabriel Perissé
Se é certo, como dizia um personagem de Shakespeare (Henrique VIII, na peça de mesmo nome), que "as palavras não são atos", também é verdade que as palavras atuam. Por isso falamos e escrevemos. Acreditamos no seu poder. Ou nos dedicaríamos apenas a fazer, fazer, fazer, sem contar nada a ninguém, sem nada anunciar ou comentar.

A vida acadêmica é o lugar das palavras, palavras que nascem da pesquisa, da reflexão. E essas palavras por vezes incomodam, como ficou manifesto na reação da secretária estadual de Educação em São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro, quando da famosa entrevista que concedeu à revista Veja (ed. nº 2047) em fevereiro deste ano.

Dizia Maria Helena nessa entrevista (convém anotar e guardar suas palavras...) que um dos maiores problemas da educação em São Paulo é o nível profissional dos docentes. Quando Veja lhe perguntou sobre possíveis soluções, a resposta foi curta e grossa: "Num mundo ideal, eu fecharia todas as faculdades de pedagogia do país, até mesmo as mais conceituadas, como a da USP e a da Unicamp, e recomeçaria tudo do zero."

O elogio ideológico

As palavras que vêm da USP e da Unicamp, e de outras instituições universitárias, podem (e devem) incomodar. Serão consideradas "baboseiras ideológicas" por quem se considera capacitado a agir mais do que a pensar, alegando não ter tempo a perder com discussões.

No entanto, são precisamente as palavras da academia que, não raramente, cobram do poder público menos palavras e mais ações! Como é o caso do artigo "Ensino sem demagogia" (Folha de S.Paulo, 13/07), de Dermeval Saviani (professor emérito da Unicamp), que vale a pena difundir.

O artigo, em essência, pede (estamos em época de campanha eleitoral...) que os políticos sejam coerentes com os seus discursos. De fato, afirmar com entusiasmo que a educação é prioridade e negar essa afirmação com a prática configura um comportamento cínico e demagógico dos políticos predominantes. Isso, sim, são baboseiras ideológicas: manipular as palavras para manter o outro sob controle. Concretamente: gastar o verbo e negacear as verbas.

Saviani, contudo, deveria esclarecer um importante aspecto da questão. No artigo, relaciona a precariedade das condições de trabalho do professorado paulista ao PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação), lançado pelo MEC em 2007. Não é o momento de estabelecer essa relação... ainda.

Boa parte da problemática situação educacional de São Paulo é fruto das decisões tomadas nos últimos 14 anos por um grupo que, hoje, critica as ações e palavras do MEC. Exemplo disto é o elogio (ideológico) que o deputado federal Paulo Renato fez àquela inesquecível entrevista de Maria Helena...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Um pequeno causo de “Bigode”

Todo lugar tem as suas personagens folclóricas, porém no João Paulo esse número parece ser cada vez maior. Certa vez me convidaram para tomar uma cachaça no Caratatiua, bairro tão próximo do João Paulo que as pessoas se confundem em saber onde realmente se encontram. Pois bem, como não seria diferente, em rodada de cachaça, era uma boa sacanagem, e nisso Bigode era muito bom. O cara era um contador de causos, cada um mais difícil de acreditar que o outro, entretanto, ficava muito puto se alguém falasse que ele estava mentindo.

Bigode como sempre era o centro das atenções. Seus casos chamavam a atenção da rapaziada que se acabava de rir cada vez que ele dava fim em uma estória. Numa dessas narrativas, ele nos contou uma situação que tinha acontecido com ele no passado. Então ele começou a explanar a aventura que havia vivido.

- Rapá, eu era bem novinho, era ainda muito moleque, devia ter uns 17 anos, hoje já estou com quase 57. Sempre gostei muito de festas, e no interior, ah meu amigo! Ai mesmo é que eu não aquietava o facho. Pois bem, em uma dessas festinhas do interior, passei por uns dos momentos mais loucos da minha vida. Eu estava sentado só observando uma mulher dançando. O engraçado é que ela fazia questão de dançar sozinha, apesar da insistência de muitos rapazes que se encontravam no clube. A mulher era muito bonita e isso chamava a atenção dos machos que lá se encontravam. Eu, sempre muito gaiato, e modéstia à parte, sempre fui muito bonito, fui ver se a senhorita me concedia uma dança. Cheguei perto dela e cumprimentei a moça, logo começamos a conversar. O velho aqui, bom de lábia, em poucos minutos já estava dançando com a moça. Naquele momento, só pensava em tirar uma casquinha, e assim comecei a passar a mão pelo pescoço dela, foi então que encontrei um buraco. Ai eu pensei – Porra, que merda é essa aqui? – Passei o dedo de novo e enfiei um pouco dentro do buraco, pude perceber que a mulher se mexia de uma forma engraçada. Então, levei o dedo ao nariz e sentir um cheiro de merda. Porra, não pode ser! Repetir o gesto e lá estava o mesmo fedor, dessa vez ainda mais forte. Comecei a ficar aflito e a desconfiar do acontecido. Foi então que criei coragem e perguntei para aquela mulher que parecia uma ninfetinha de seus 17 anos – Quantos anos o meu amor tem – E ela simplesmente me respondeu, da forma mais inocente possível – Tenho 65 anos meu amor, farei 66 depois de amanhã – Caralho, eu sabia! A mulher fez tanta plástica, esticou tanto o couro, que o cú dela foi parar no pescoço.

O pessoal todo se acabou de sorrir, porém, não tinha um corajoso para dizer que Bigode estava mentindo.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Um fim de tarde em um bar no João Paulo

Ontem fui no João Paulo para pagar umas contas etílicas. Aquele bairro é mesmo fabuloso e, cada vez que vou lá sinto saudades do tempo em que corria naquelas ruas, das amizades que o tempo e vida se encarregou de afastar. Por falar em vida, ontem recebi a notícia que Raimundinho (um amigo) tinha falecido. Quero deixar aqui a minha lembrança por esse camarada que era uma boa pessoa, pai de família dedicado e grande profissional.

Pois bem, os bares ontem estavam lotados, a galera no João Paulo bebe muito! Sempre falei que o cara que quisesse largar de beber, tinha primeiro que se mudar do bairro. Você vai saindo de casa, já tem um filho da mãe te convidando para beber. Tem bar que abre 5h da manhã e a galera já ta tomando todas, até parece que aqueles “pinguços” não dormem.

Fui ao bar da minha Comadre saldar umas dividas etílicas, que nasceram da necessidade de beber, porém, sem dinheiro para pagar. E por lá, quando fui chegando já encontrei um miserável que falou:
- Senta ai Nielsen, pega um copo ai Chiquinha (dona de um bar no calçadão).

E eu, mais filho da mãe, ainda aceitei o convite, até por que como se diz, “nunca vi defunto rejeitar cova”. Por lá, no meio de um copo e outro, cerveja vai cerveja vem, a galera do Licor (cachaça) chegou. Ai meu amigo, quando essa galera se junta sai de baixo. Nessa turma tem os apelidos mais engraçados que se possa imaginar: Língua de Vaca, Boca de Assopra Ovo, Fala Fino, Rei do Gado, Bitola, Cara de Gato e Cara de “Misera”.

Eu estava conversando com meu parceiro Faustão, que na verdade se chama Dioglas, o apelido foi dado por que o rapaz, é, digamos, um pouco gordinho. Bitola se aproximou e começou a prosear. No meio da prosa eu perguntei a ele:
- Bitola, você não tava internado até outro dia?
- Estava, só que já estou melhor...
- Que está melhor eu não sei...
- Estou de boa meu parceiro. O médico disse que eu já estava liberado para voltar para casa.
- Pó, fico feliz por você.

Nesse instante, Língua de Vaca, que já estava colocando um palmo de língua para o lado de fora, falou meio enrolado, devido o atrapalho da língua que já estava pesada:
- Esse bicho é um louco. O médico mandou ele voltar para casa e não para o bar.

Bitola retrucou a intromissão de Língua de Vaca:
- Esse bicho é muito encabuloso. Pelo que sei tu é sapateiro e bebedor de cachaça, nunca ouvi falar que era médico.

Houve um princípio de confusão, a galera se levantou e afastou os dois valentões. Nesse momento Bitola veio novamente em direção a nossa mesa e falou:
- Esse encabuloso deve é cuidar dessa língua que ele fica colocando para fora.

Nesse momento eu perguntei a ele:
- Mas Bitola, pelo que eu estou sabendo, o médico falou para você largar de beber, caso contrário morreria.
- O médico realmente falou para eu parar de beber, mas só a Caninha do Engenho, então agora eu só tomo Pitú.

Esse João Paulo! Como eu digo, só presta filmado, por que se contar, ninguém acredita.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Quem puder, por favor, divulgue

EM DEFESA DA LIBERDADE E DO PROGRESSO DO CONHECIMENTO NA INTERNET BRASILEIRA


A Internet ampliou de forma inédita a comunicação humana, permitindo um avanço planetário na maneira de produzir, distribuir e consumir conhecimento, seja ele escrito, imagético ou sonoro. Construída colaborativamente, a rede é uma das maiores expressões da diversidade cultural e da criatividade social do século XX. Descentralizada, a Internet baseia-se na interatividade e na possibilidade de todos tornarem-se produtores e não apenas consumidores de informação, como impera ainda na era das mídias de massa. Na Internet, a liberdade de criação de conteúdos alimenta, e é alimentada, pela liberdade de criação de novos formatos midiáticos, de novos programas, de novas tecnologias, de novas redes sociais. A liberdade é a base da criação do conhecimento. E ela está na base do desenvolvimento e da sobrevivência da Internet.

A Internet é uma rede de redes, sempre em construção e coletiva. Ela é o palco de uma nova cultura humanista que coloca, pela primeira vez, a humanidade perante ela mesma ao oferecer oportunidades reais de comunicação entre os povos. E não falamos do futuro. Estamos falando do presente. Uma realidade com desigualdades regionais, mas planetária em seu crescimento.

O uso dos computadores e das redes são hoje incontornáveis, oferecendo oportunidades de trabalho, de educação e de lazer a milhares de brasileiros. Vejam o impacto das redes sociais, dos software livres, do e-mail, da Web, dos fóruns de discussão, dos telefones celulares cada vez mais integrados à Internet. O que vemos na rede é, efetivamente, troca, colaboração, sociabilidade, produção de informação, ebulição cultural. A Internet requalificou as práticas colaborativas, reunificou as artes e as ciências, superando uma divisão erguida no mundo mecânico da era industrial. A Internet representa, ainda que sempre em potência, a mais nova expressão da liberdade humana.

E nós brasileiros sabemos muito bem disso. A Internet oferece uma oportunidade ímpar a países periféricos e emergentes na nova sociedade da informação. Mesmo com todas as desigualdades sociais, nós, brasileiros, somo usuários criativos e expressivos na rede. Basta ver os números (IBOPE/NetRatikng): somos mais de 22 milhões de usuários, em crescimento a cada mês; somos os usuários que mais ficam on-line no mundo: mais de 22h em média por mês. E notem que as categorias que mais crescem são, justamente, "Educação e Carreira", ou seja, acesso à sites educacionais e profissionais. Devemos assim, estimular o uso e a democratização da Internet no Brasil. Necessitamos fazer crescer a rede, e não travá-la. Precisamos dar acesso a todos os brasileiros e estimulá-los a produzir conhecimento, cultura, e com isso poder melhorar suas condições de existência.

Um projeto de Lei do Senado brasileiro quer bloquear as práticas criativas e atacar a Internet, enrijecendo todas as convenções do direito autoral. O Substitutivo do Senador Eduardo Azeredo quer bloquear o uso de redes P2P, quer liquidar com o avanço das redes de conexão abertas (Wi-Fi) e quer exigir que todos os provedores de acesso à Internet se tornem delatores de seus usuários, colocando cada um como provável criminoso. É o reino da suspeita, do medo e da quebra da neutralidade da rede. Caso o projeto Substitutivo do Senador Azeredo seja aprovado, milhares de internautas serão transformados, de um dia para outro, em criminosos. Dezenas de atividades criativas serão consideradas criminosas pelo artigo 285-B do projeto em questão. Esse projeto é uma séria ameaça à diversidade da rede, às possibilidades recombinantes, além de instaurar o medo e a vigilância.

Se, como diz o projeto de lei, é crime "obter ou transferir dado ou informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização ou em desconformidade à autorização, do legítimo titular, quando exigida", não podemos mais fazer nada na rede. O simples ato de acessar um site já seria um crime por "cópia sem pedir autorização" na memória "viva" (RAM) temporária do computador. Deveríamos considerar todos os browsers ilegais por criarem caches de páginas sem pedir autorização, e sem mesmo avisar aos mais comum dos usuários que eles estão copiando. Citar um trecho de uma matéria de um jornal ou outra publicação on-line em um blog, também seria crime. O projeto, se aprovado, colocaria a prática do "blogging" na ilegalidade, bem como as máquinas de busca, já que elas copiam trechos de sites e blogs sem pedir autorização de ninguém!

Se formos aplicar uma lei como essa as universidades, teríamos que considerar a ciência como uma atividade criminosa já que ela progride ao "transferir dado ou informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado", "sem pedir a autorização dos autores" (citamos, mas não pedimos autorização aos autores para citá-los). Se levarmos o projeto de lei a sério, devemos nos perguntar como poderíamos pensar, criar e difundir conhecimento sem sermos criminosos.

O conhecimento só se dá de forma coletiva e compartilhada. Todo conhecimento se produz coletivamente: estimulado pelos livros que lemos, pelas palestras que assistimos, pelas idéias que nos foram dadas por nossos professores e amigos... Como podemos criar algo que não tenha, de uma forma ou de outra, surgido ou sido transferido por algum "dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização ou em desconformidade à autorização, do legítimo titular"?

Defendemos a liberdade, a inteligência e a troca livre e responsável. Não defendemos o plágio, a cópia indevida ou o roubo de obras. Defendemos a necessidade de garantir a liberdade de troca, o crescimento da criatividade e a expansão do conhecimento no Brasil. Experiências com Software Livres e Creative Commons já demonstraram que isso é possível. Devemos estimular a colaboração e enriquecimento cultural, não o plágio, o roubo e a cópia improdutiva e estagnante. E a Internet é um importante instrumento nesse sentido. Mas esse projeto coloca tudo no mesmo saco. Uso criativo, com respeito ao outro, passa, na Internet, a ser considerado crime. Projetos como esses prestam um desserviço à sociedade e à cultura brasileiras, travam o desenvolvimento humano e colocam o país definitivamente para debaixo do tapete da história da sociedade da informação no século XXI.

Por estas razões nós, abaixo assinados, pesquisadores e professores universitários apelamos aos congressistas brasileiros que rejeitem o projeto Substitutivo do Senador Eduardo Azeredo ao projeto de Lei da Câmara 89/2003, e Projetos de Lei do Senado n. 137/2000, e n. 76/2000, pois atenta contra a liberdade, a criatividade, a privacidade e a disseminação de conhecimento na Internet brasileira.


André Lemos, Prof. Associado da Faculdade de Comunicação da UFBA, Pesquisador 1 do CNPq.

Sérgio Amadeu da Silveira, Prof. do Mestrado da Faculdade Cásper Líbero, ativista do software livre.
João Carlos Rebello Caribé, Publicitário e Consultor de Negócios em Midias Sociais

sexta-feira, 4 de julho de 2008

MOMENTO LITERÁRIO: VINICIUS DE MORAES

Dialética

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz
Mas acontece que eu sou triste...

Soneto da separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Soneto da fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa (me) dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor ... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

O VELHO E A FLOR

Por céus e mares eu andei,
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber
O que é o amor.

Ninguém sabia me dizer,
Eu já queria até morrer
Quando um velhinho
Com uma flor assim falou:

O amor é o carinho,
É o espinho que não se vê em cada flor.
É a vida quando
Chega sangrando aberta
em pétalas de amor.

Soneto a quatro-mãos

Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.

Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.

SONETO DO AMOR MAIOR

Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.