quarta-feira, 16 de julho de 2008

Um pequeno causo de “Bigode”

Todo lugar tem as suas personagens folclóricas, porém no João Paulo esse número parece ser cada vez maior. Certa vez me convidaram para tomar uma cachaça no Caratatiua, bairro tão próximo do João Paulo que as pessoas se confundem em saber onde realmente se encontram. Pois bem, como não seria diferente, em rodada de cachaça, era uma boa sacanagem, e nisso Bigode era muito bom. O cara era um contador de causos, cada um mais difícil de acreditar que o outro, entretanto, ficava muito puto se alguém falasse que ele estava mentindo.

Bigode como sempre era o centro das atenções. Seus casos chamavam a atenção da rapaziada que se acabava de rir cada vez que ele dava fim em uma estória. Numa dessas narrativas, ele nos contou uma situação que tinha acontecido com ele no passado. Então ele começou a explanar a aventura que havia vivido.

- Rapá, eu era bem novinho, era ainda muito moleque, devia ter uns 17 anos, hoje já estou com quase 57. Sempre gostei muito de festas, e no interior, ah meu amigo! Ai mesmo é que eu não aquietava o facho. Pois bem, em uma dessas festinhas do interior, passei por uns dos momentos mais loucos da minha vida. Eu estava sentado só observando uma mulher dançando. O engraçado é que ela fazia questão de dançar sozinha, apesar da insistência de muitos rapazes que se encontravam no clube. A mulher era muito bonita e isso chamava a atenção dos machos que lá se encontravam. Eu, sempre muito gaiato, e modéstia à parte, sempre fui muito bonito, fui ver se a senhorita me concedia uma dança. Cheguei perto dela e cumprimentei a moça, logo começamos a conversar. O velho aqui, bom de lábia, em poucos minutos já estava dançando com a moça. Naquele momento, só pensava em tirar uma casquinha, e assim comecei a passar a mão pelo pescoço dela, foi então que encontrei um buraco. Ai eu pensei – Porra, que merda é essa aqui? – Passei o dedo de novo e enfiei um pouco dentro do buraco, pude perceber que a mulher se mexia de uma forma engraçada. Então, levei o dedo ao nariz e sentir um cheiro de merda. Porra, não pode ser! Repetir o gesto e lá estava o mesmo fedor, dessa vez ainda mais forte. Comecei a ficar aflito e a desconfiar do acontecido. Foi então que criei coragem e perguntei para aquela mulher que parecia uma ninfetinha de seus 17 anos – Quantos anos o meu amor tem – E ela simplesmente me respondeu, da forma mais inocente possível – Tenho 65 anos meu amor, farei 66 depois de amanhã – Caralho, eu sabia! A mulher fez tanta plástica, esticou tanto o couro, que o cú dela foi parar no pescoço.

O pessoal todo se acabou de sorrir, porém, não tinha um corajoso para dizer que Bigode estava mentindo.

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