terça-feira, 16 de setembro de 2008

SERÁ QUE A HISTÓRIA VAI SE REPETIR?

A máxima da história é que os acontecimentos continuam sendo os mesmos, porém com atores diferentes. Há 29 anos, os estudantes de São Luís foram às ruas protestar contra o aumento abusivo das tarifas nos coletivos. A manifestação tinha o cunho pacifista e se concentrava em contestar o abuso de poder praticado pelo então prefeito de São Luís, Nunes Freire. Entretanto, o movimento que nasceu nos corredores da UFMA acabou sendo percebido pelas autoridades como um ato subversivo contra o Estado.

Para o Governo era preciso acabar com aquela “célula rebelde” que estava nascendo na (re)vivida Ilha Rebelde. Os estudantes fizeram uma imensa mobilização e colocaram milhares de jovens na Praça Deodoro. O objetivo era tentar uma reunião com o então Governador Biônico do Maranhão, João Castelo, que na ocasião colocou a polícia nas ruas para censurar (usando da força) qualquer tipo de manifestação que perturbasse a ordem normal da cidade. Com a celebre frase: a polícia está na rua para decidir. O Governador biônico deu aval para que a barbárie fosse praticada contra os “agitadores comunistas”, que estavam sendo comandados por subversivos que vinham de outros países.

Foram dias de intensos atos de repressão por parte do Governo do Estado contra a Greve dos Estudantes, muito foi dito para justificar os atos abusivos da polícia, porém os estudantes continuaram com a linha de movimento pacífico, que contestava o aumento abusivo das tarifas nos ônibus e propunham a concessão imediata do direito de meia-passagem para todos os estudantes da capital do estado.

Após uma intensa onda de barbaridade que já ultrapassava os limites do Maranhão, o Governador resolveu conversar com os estudantes e conceder o direito à meia-passagem. O saldo de toda essa batalha, foi uma imensidão de estudantes feridos, presos, torturados e humilhados pela polícia que estava a serviço do Governador Biônico do Maranhão. A Ditadura Militar foi um período negro na vida sociopolítica do Brasil, mas serviu para aflorar nos corações jovens e descontes com a atual situação o sentimento de patriotismo e a necessidade de uma maior discussão sobre o cenário político mundial.

A Greve de 79 não foi apenas um movimento pelo direito da meia-passagem. Foi a sinalização de um ato que propunha uma caminhada ainda maior e que (per)dura até hoje. A guerra pela manutenção dos direitos dos estudantes é uma constante na realidade social do Brasil. E, em ano de eleições, é necessário conhecermos os atores da política atual, muitos dos quais já estão no cenário há várias décadas. Se já está ratificado que a história se repete, bem que o povo poderia fazer renascer o espírito rebelde de 29 anos atrás e dizer não à ditadura que está querendo se instalar em São Luís. É necessário sepultar o que ainda resta desse período podre da história do Maranhão. Para isso é necessário exorcizar a ameaça de 2009 se (re)transformar em 1979. Que a história dessa vez obedeça a um outro caminho e não nos pregue a peça de ver depois de trinta anos o sinônimo da ditadura ainda insepulcro no poder.

Nielsen Furtado
Jornalista

2 comentários:

Anônimo disse...

A história não devia se repetir...pena que o povo sofre e logo esquece.

Mas, a sua idéia de escrever este texto é uma forma de trazer isso à tona, e assim fazer o povo "acordar" pra uma nova história.

Alguém tem que fazer alguma coisa!

Sucesso, tá!!!!!!

Anônimo disse...

Não podemos dexar esse peíodo voltar escolhan bem seu candidato a PREFEITO