
O singelo e humilde texto aqui exposto é uma resposta pessoal e não de cunho partidário, ao que foi “colocado” no Jornal Pequeno (28/10/08) por um amigo e colega de profissão. Pois bem, para começar, a saudação que compõe o título não condiz com a realidade, não fale por todos os jovens de São Luís, fale por esses que compõem a sua “juventude”; juventude tucana; classe média, que vivem em sua maioria de exploração da mão-de-obra da classe operária; “jovens” que vivem a exibir seus carros do ano na Av. Litorânea, e que por algum lapso involuntário, pensam, talvez, em uma imensidão de pessoas que vivem, aqui em São Luís, abaixo da linha da pobreza. Essa “juventude” tem outro nome e outros ideais e afirmo que não é a proposta de um desenvolvimento que possa possibilitar paridade nas condições de disputa por um espaço no mercado de trabalho. E não venha dizer que o PSDB luta por uma educação de qualidade e igualitária, haja vista quantas universidades foram construídas no Governo FHC e quantas foram erguidas no Governo Lula.
“Existia um sonho incerto (...)”, que sonho era esse? Até onde sei e compreendo, até mesmo o sonho do vencedor é uma incógnita, pois como o próprio texto afirma: “existia o desejo pela volta de uma doce realidade”. Qual realidade? Ah sei! agora lembrei, Para os “jovens” que compõem o seu círculo de juventude, foi muito doce saber que o governo do coronel, do filhote da ditadura, do sarneista mal-agradecido mandou espancar estudantes de forma covarde em praça pública, jovens! esses, sim, merecedores do nobre título: “Jovens de São Luís”. Pessoas que lutaram contra um regime que amordaçava a sociedade brasileira e espalhava o pânico e intolerância pelas ruas do país. Esses mesmos “heróis” que lutaram contra o então governador do Maranhão, hoje, prefeito eleito de São Luís. Esse filhote da ditadura que diz aos quatro ventos que construiu e deu casas ao “povo”, mas a verdade é que todas as casas foram construídas com verba federal, dinheiro extraído do bolso dos meus e dos seus pais. Castelo fala que deu casas, mas as pessoas que lá habitam até hoje pagam pelo lugar onde moram, agora, cabe a elas julgarem se são gratas a ele ou não.
Falar em honra é andar de forma perigosa sobre a linha tênue da contradição. Porque esse adjetivo é explicitado apenas a quem faz parte da “juventude tucana”? E por que a juventude que apoiou, caminhou e cantou em coro as músicas de Flávio Dino, compraram as suas ideologias em supermercados? Essa questão me faz lembrar do que já dizia Cazuza: “ideologia, eu quero uma pra viver”. É engraçado ver como as pessoas conseguem viver igual a camaleões, vestindo a camisa do castelismo, mas com profundas convicções roseanistas, convicções essas, declaradas pelo nobre colega em conversas travadas em tempos passados. Isso sim é se travestir de uma ideologia que só é boa, até quando traz certo ganho pessoal (e não estou aqui falando de ganhos materiais, que fique bem claro!).
Será mesmo que os jovens terão vez e voz no governo de Castelo? Existem dúvidas, pois o episódio da Greve da Meia-passagem mostra que o coronel Castelo não é aberto a discussões. Aquele acontecimento mostrou como o futuro prefeito de São Luís costuma agir com aqueles que ousam bater de frente com as suas vontades. Não é preciso esperar que João Castelo assuma a prefeitura de São Luís, para sabermos o verdadeiro modo de governar, basta resgatar na memória a guerra entre policiais civis e militares nas ruas de São Paulo, embate esse, incentivado e determinado pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB). E FHC, quando esse senhor foi presidente do Brasil, chamou os meus e os seus avós de vagabundos, vendeu a Companhia Vale do Rio Doce, privatizou a telefonia do país e fez da economia brasileira uma grande refém do FMI, essa necessidade e vigilância do Fundo só foram afastadas com a competência e trabalho do governo Lula. Governo que era tão combatido pelo PSDB, mas que repentinamente se tornou adocicado nos lábios do psdebista Castelo. Ora! Que ironia do destino, logo João Castelo, que em discurso se referiu ao nosso presidente da seguinte forma: “Lula parece um peru bêbado em véspera de natal”. E em campanha usou o slogan: “sou Lula, voto em Castelo”. Não sei se é para rir ou chorar, o que posso afirmar é que isso me deixa extremamente indignado.
“Temporada de caça aos pelegos (...)”. Essa realmente é uma comédia. Acusam os que apoiaram Flávio Dino de pelegos, mas esquecem que a campanha do Sr. Castelo estava entulhada de “lixos” dessa extirpe. Pessoas que a “juventude tucana” conhece bem. A prática que caracteriza um ser de pelego, com certeza não condiz com as ideologias que pessoas com idéias novas buscam, diferentemente do que acontece no habitat tucano. Com relação aos adjetivos expostos no fim do texto, pode-se entender e compreender quando se trata de um ato subido de bajulação e execrável puxação de saco, mas como o texto mesmo deixa explícito, é um agradecimento a esse “líder capacitado”, “administrador competente”, “homem de família” e “político vitorioso”. O resto! cabe ao povo adjetivar.